José Mourinho: "Jogadores frescos contra jogadores mortos faz diferença significativa"
Declarações de José Mourinho após o Benfica-Gil Vicente (2-1) da 7.ª jornada da I Liga
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Análise ao jogo depois da frase da antevisão 'temos de morder muito': "Para morder muito precisas de boa condição física e frescura que nós não temos. A equipa está cansada, à segunda já começa a ser difícil e à terceira já é quase impossível. Tive essa experiência no Leiria, quando há qualidade que é o caso do Gil, do treinador, podem jogar olhos nos olhos com os grandes quando estão em dificuldade, e nós estamos em dificuldades. Agora com três dias já podemos limpar um bocadinho a fadiga. Sem morder muito, foram resilientes. À Benfica o espírito, a resiliência, o lutar pelo Benfica. Depois não se jogou à Benfica, não se pensou à Benfica, faltou qualidade individual e coletiva. Mas o importante eram os três pontos e conseguimos, contra equipa muito boa."
Tem histórico com César Peixoto. Hoje o Gil dá réplica muito boa. Tendo em conta o que conhecia dele surpreendeu-o como colocou a equipa a jogar? Coincidiu com o que esperava? "Não coincide porque ele tinha 21 anos com todos os defeitos dos jogadores de 21 anos, ele reconhece. Estivemos a conversar antes do jogo. Reconhece que é um período diferente. Estive na operação ao ligamento cruzado dele, e ajudou-me muito. Eu era daqueles que queria que recuperassem depressa, depois disso comecei a ser mais equilibrado. Perguntei se gostava e ele disse que gostava muito, mais que quando jogava e isso é o que um treinador precisa. Não me surpreendeu, é o que vi desde o início do campeonato, tem qualidade para olhar para cima, não tem medo de descida de divisão. Jogadores frescos contra jogadores mortos faz diferença significativa. O Ríos foi muito importante porque foi o que conseguiu equilibrar as transições. Depois os alas, do ataque, não tinham - um por caráter e o outro por físico - para 90'. Entrámos depois numa fase em que era preciso ser humildes, não podíamos sofrer golos e gerimos no fim até o jogo acabar."
Os eleitos para as alas: "O Ivanovic na direita não consegue, perde muito a bola. Fui com o Lukebakio, pensei mais na primeira parte. Queres segurar, mas, ao mesmo tempo, ter alguém que possa atacar e ser perigoso, por isso deixei-o um bocadinho mais."
Por que não guardá-lo? "Você vai-se rir, mas o objetivo era começar bem. E quem começou bem foi o Gil. Queríamos começar forte, não começámos. Mas tivemos gente em campo para dar boa resposta. O movimento que faz no penálti só ele nesta equipa consegue, movimento profundo, controlo é ótimo. Quis jogar com ele de início para começar bem, não temos alas puros em abundância. Quis dar largura. O Gil defende com quatro e quando sai deixa a equipa não muito bem preparada para a transição. Pensei que podia fazer mais golos."