José Mourinho: "É importante jogar com tranquilidade e com cérebro, não precisa ser jogo caótico e anárquico"

Que jogo esperar? "Um jogo louco ou um jogo calculista. A maior dificuldade é que tu queres ganhar, outra é que tens que ganhar. Amanhã, se queres ser matemático e não objetivo... porque se queres ser matemático, depois deste jogo há nove pontos para ganhar, à partida suficientes. Mesmo não ganhando amanhã. OK, pode acontecer, mas estamos a jogar contra o Real Madrid, a Juventus e o Nápoles. Portanto, o jogo de amanhã temos de encarar como 'temos de ganhar'. Como eles vão fazer. Não significa que o jogo tenha de ser caótico, anárquico, louco. É importante jogar com tranquilidade, com cérebro, com plano de jogo e obedecê-lo. E ter a personalidade para jogar com essa pressão adicional que faz a diferença entre o queremos ganhar e o temos de ganhar."

Este jogo outrora foi Eusébio contra Cruijff. É importante os jogadores saberem a mística deste jogo? "Para a minha geração, eu nasci em 1963, o Benfica campeão Europeu naquela década, o Ajax ganha três em 71, 72 e 73, creio. Tem grande impacto para nós. Mesmo o Simão, um ex-jogador jovem, diz 'estes gajos não sabem quem eu fui'. Portanto, eles estão um bocadinho fora desta história. Outra coisa é o carisma, a mística e a história do clube do qual eles envergam a camisola, pelo conhecimento da paixão dos adeptos, inclusive o lema que gritam no balneário do 'e pluribus unum'. Têm de saber efetivamente o que significa, na profundidade, o que é ser jogador do Benfica. Há jogadores que nascem com esse ADN para jogar para equipas grandes com este tipo de exigências, há outros que não nascem assim, e que tem de crescer, e há os que nem chegam a crescer."

Peso de Pavlidis? "O Pavlidis é importante pelas suas caraterísticas, sabe baixar entre as linhas, sabe conectar. Nós não somos equipa de transições muito diretas, precisamos de um jogo mais associativo. Obviamente que marcar golos é importante, mas o Pavlidis mesmo sem golos é importante para a equipa."

Há espaço para novidades amanhã? "Não diria novidades. Diria que, com os vossos e os outros da concorrência que falam 23 horas e meia por dia de futebol, eu diria que não é muito difícil chegar à conclusão do que vamos fazer amanhã aio nível as escolhas. Ao nível das dinâmicas vamos tentar ser diferentes porque nos faltam coisas que não podemos tentar repetir, porque nem sequer temos os mesmos intervenientes."