"Jorge Mendes não queria o Pizzi no Sporting, pouco depois assinou pelo Benfica"
Bruno de Carvalho apresenta esta sexta-feira o livro "Sem filtro - As histórias dos bastidores da minha presidência".
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Bruno de Carvalho apresenta esta sexta-feira o livro "Sem filtro - As histórias dos bastidores da minha presidência". O antigo presidente do Sporting partilhou as suas memórias de vários episódios no clube e uma delas envolve Pizzi, atualmente a jogar no Benfica.
"Os problemas com Jorge Mendes também aconteciam quando estávamos interessados num jogador dele. No verão de 2013, o Leonardo Jardim queria muito o Pizzi, quando este ainda era do Atlético de Madrid. O Inácio ligou a Jorge Mendes e partimos para a capital espanhola. Fomos recebidos por uma pessoa que apareceu de calções de praia e nos levou do aeroporto para as instalações do clube. Jorge Mendes não estava lá. Falava por telefone com os responsáveis do Atlético Madrid, sentados numa sala ao lado da nossa. Depois, o Inácio também ia a essa sala, falar com ele, e voltava. Nada feito. Deu logo para perceber que ele não queria que o Pizzi fosse para o Sporting. Voltaram a pegar em nós e deixaram-nos no aeroporto, onde estivemos seis horas à espera do avião para regressar a Lisboa. Passado pouco tempo, como sabemos, o Pizzi assinou pelo Benfica", disse o ex-presidente leonino.
Bruno de Carvalho não se ficou por aqui em relação a Jorge Mendes e contou outro episódio a envolver os camarotes de Alvalade: "Tínhamos várias empresas multinacionais com camarotes em Alvalade e eu não gostava daquela confusão de cores. Foi então transmitido às empresas que as lonas exteriores dos camarotes teriam de ser verdes e brancas. Estamos a falar de algumas marcas com regras muito rigorosas em relação à sua imagem corporativa, mas conseguimos mudar com todas. Menos com a Gestifute. Jorge Mendes preferiu desistir do camarote. Por causa da cor. Estas situações iam-se somando, não faziam qualquer sentido, e nunca foi possível construirmos uma relação saudável com ele. Mas, mesmo sem essa ligação, conseguimos fazer as maiores transferências da história do Sporting e não precisámos da participação de Jorge Mendes. Acredito que isto também o deixasse irritado porque estávamos a provar que era possível viver sem ele. Não há dúvida de que Jorge Mendes é um grande poder do futebol português e mundial. Um poder que desafiámos por não aceitarmos as condições dele. Mas nada disto se compara a tudo o que eu a minha direção vivemos com a Doyen por causa do Marcos Rojo".