Excertos da entrevista de Jorge Andrade ao programa "Hora dos Craques", apresentado por Maniche e Miguel Marques Monteiro, no Porto Canal
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Marca forte na Invicta em pouco tempo: "As pessoas vinham para ver o Deco, estava a crescer. Toda a gente que aparecesse e estivesse em forma, aproveitava, era logo notícia. Logo no primeiro falaram que ia para o Arsenal. Também integrei um grupo forte na Seleção e toda a gente associou como se eu tivesse vivido aqueles anos da Taça UEFA e da Liga dos Campeões. E eu não vou desmentir, para quê [risos]?"
Regresso podia ter acontecido: "Passado dois ou três anos tive a possibilidade de regressar. Não houve acordo e o intuito era esse, ser campeão pelo FC Porto. Foram anos depois do Penta e o FC Porto era o alvo a abater. Quando cheguei, já tinha perdido o hexa, foram anos muito complicados, mas de reflexão e o clube precisava disso. Vinha aí o Euro'2004, um novo estádio, sentíamos que tudo estava a mudar. E quem percebeu que isto ia mudar e que o FC Porto ia continuar a triunfar, houve quem se agarrasse às árvores para não sair daqui. Fui vendido também para potenciar a vinda de outros jogadores. Foi pacífico. Chegou o Pedro Emanuel e havia seis centrais."
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Despedida difícil: "Quando saí do estágio saí a chorar. O mais bonito era a festa de apresentação aos sócios. no primeiro ano não tens muita moral e há dois que te batem palmas [risos]. Depois quando tinha feito 50 e tal jogos e ia ter uma ovação digna, vou-me embora."
Carlos Secretário num nível acima de todos: "Secretário foi o melhor profissional com quem trabalhei. Quando digo isso, as pessoas questionam-se se estou a brincar. Com a pressão que tinha entre os adeptos, os adeptos da seleção, mais os do Real Madrid...houve uma cabala para que ele fosse considerado o pior estrangeiro do Real Madrid.. Ver a forma como ele treinava todos os dias...dizia-lhe 'como é que tu consegues?', e ele 'bora, bora, arranca, vamos'. Incrível, uma pessoa com uma superação fora do normal. Jogava como extremo, recuou para lateral e teve anos que não foram doces, como aquela jogada em que ele dá a bola ao Acosta e o título ao Sporting, era o mais criticado. Depois vejo a forma como ele treinava era incrível".
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