João Novais, médio do Braga, recordou alguns momentos da infância, detalhou o percurso na carreira e a ainda relação com o paí, Abílio, antigo jogador que também batia bem livres...
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Paixão pelo futebol: "Sempre adorei futebol, devido à carreira que o meu pai teve fui um bocado influenciado nesse sentido. Sempre acompanhei a carreira dele e o gosto pelo futebol surgiu naturalmente desde muito cedo. Fui desenvolvendo este gosto ao longo do tempo, agora é a minha profissão e não deixa de ser o meu maior prazer".
Vidro partido do vizinho: "Dentro de casa jogava com bolas que não davam para partir objetos, lembro-me que até tinha uma bola de algodão. Fora de casa parti alguns vidros das casas dos meus vizinhos. Lembro-me que quando tinha 8 anos parti um vidro de um vizinho e fugi para casa. Não disse nada aos meus pais, desliguei a campainha de minha casa, mas algumas horas depois o vizinho já estava a fazer queixa ao meu pai. Fui apanhado (risos)".
O pior castigo: "Quando na escola não tinha um bom comportamento tinha alguns castigos. Lembro-me que nas aulas de educação física a minha turma era rebelde e num período os rapazes tiveram todos negativa. Quando isso aconteceu, os meus pais proibiram-me de ir aos treinos durante dois meses. Jogava no Coimbrões, nunca mais me esqueci disso".
A troca das bonecas da irmã pela bola de futebol: "Jogava muitas vezes futebol com a minha irmã dentro de casa. Muitas vezes jogava com ela nos corredores e colocava-a em frente à porta a fazer de guarda-redes. Ela mal andava, mas já a sentava no chão a "levar" com as bolas de algodão. Confesso que algumas vezes arrumava as bonecas dela para termos espaço para jogar à bola (risos)".
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Os atrasos às aulas: "Chegava muitas vezes atrasado às aulas para jogar futebol. Chegávamos sempre às aulas a pingar por estarmos a jogar futebol e chegámos mesmo a ser repreendidos pelos professores por causa disso. Chegávamos à sala de aula todos suados, éramos 10 ou 12 rapazes assim, não era fácil estar ali dentro uma hora e meia todos fechados (risos)".
Um seguidor atento da carreira do pai: "Estive sempre presente nos jogos mais importantes da carreira do meu pai. Fui um fiel seguidor dele durante grande parte da sua carreira. Lembro-me de dois momentos que adorei: a subida do Leixões quando estava na 2ª divisão B (atual Campeonato de Portugal) para a II Liga e da transição do meu pai de jogador para treinador. Ele deixou de jogar e assumiu logo a equipa técnica do Leixões. Recordo-me de uma época quando ele estava no Campomaiorense que dava gosto ir aos jogos, pela cultura da cidade de Campo Maior, pelas pessoas que são muito humildes e muito simpáticas. Tive uma semana nas férias da páscoa em Campo Maior com o meu pai e fiquei maravilhado com o grupo que eles tinham na equipa, as famílias eram amigas umas das outras, era tudo muito genuíno".
Pais como os melhores conselheiros na sua carreira: "Os meus pais são os meus maiores conselheiros e os meus maiores críticos. Foi muito bom eles alertarem-me para tudo. Quando tive de optar entre a vida escolar e o futebol profissional foi muito difícil, lembro-me de fazer os pré-requisitos para a Faculdade de Desporto. Eles estiveram sempre do meu lado em todos os momentos e em todas as minhas decisões".