Candidato à presidência do Benfica destacou o que o distingue dos restantes adversários
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Tanto em Barcelos, como em Santo Tirso e, ao final da noite, em Braga, João Noronha Lopes visou sempre Rui Costa como alvo para explicar porque devem os sócios encarnados votar em si e não no atual líder. "Foi eleito com uma maioria de 85%. Teve todas as condições para mudar o clube. Infelizmente não o fez. Manteve muitas das pessoas que lá estavam, rodeado de pessoas que entretanto saíram. Teve mais demissões dos órgãos sociais do que títulos de campeão", atirou.
Para Noronha Lopes, "o que está aqui em causa não é o Rui Costa enquanto jogador que todos admiram. O que está aqui em causa é o Rui Costa presidente. E o Rui Costa presidente falhou nestes quatro anos. Não garantiu estabilidade e não aprendeu com os erros". "Todos erramos na vida. Agora, temos que aprender com os erros. E, ao fim destes anos, Rui Costa não aprendeu com os erros e isso leva-nos a um falhanço desportivo, financeiro e institucional. Estou cansado das desculpas que têm sido dadas. Sabem o que é que acontece quando nos ficamos pelas desculpas? Vai-se normalizando a derrota. E este não é o Benfica que eu quero. Eu quero reconquistar a cultura de vitória e, para ganhar a cultura de vitória, nós temos que sentir as derrotas e temos que aprender com elas e temos que sentir como os sócios sentem."
"Do ponto de vista financeiro, temos que pôr ordem nas contas. Quando olhamos para o mandato, vimos que, de facto, as contas não são boas, mesmo que olhemos agora para um exercício positivo que só aconteceu devido ao Mundial de clubes, uma competição que acontece a cada quatro anos. O passivo aumentou em 95 milhões, para 475 milhões de euros. A folha salarial aumentou mais de 40%. E a pergunta que eu faço é: quantos campeonatos ganhámos? Nós não celebramos contas. Nós celebramos títulos e vamos ao Marquês. Não é festejar as contas. Vamos ao Marquês festejar títulos e, portanto, a boa gestão tem que nos ajudar a vencer mais. E neste mandato não tivemos vitórias nem tivemos boa gestão", destacou o candidato.
Além da parte económica, o gestor considera que faltou a defesa do clube. "O Benfica não pode ser defendido com comunicados muito palavrosos depois de as taças serem entregues. Se o Benfica não se dá ao respeito, não será respeitado. E no ano passado aquilo que nós assistimos foi uma pressão que foi feita sobre os árbitros a partir do mês de fevereiro pelo presidente do Sporting, que condicionou o trabalho dos árbitros a partir daí. E o Benfica não teve voz", referiu, defendendo que "o presidente do Benfica não tem que estar sempre a falar, nada disso, mas tem que dar a cara nas alturas certas e quando sente que o seu clube está a ser prejudicado".
"Aquilo que aconteceu na final da Taça, no fundo, é consequência do Benfica não se ter dado ao respeito. E quem foi espezinhado no final da Taça não foi o Belotti. Fomos todos nós, os milhões de benfiquistas, que fomos espezinhados. Ainda não tivemos um pedido de desculpas, nem do presidente da Federação, nem do presidente do Sporting. Isso é algo que é completamente inaceitável. Todos nós estamos conscientes da grandeza do Benfica. Mas não basta bater no peito e dizer que somos os maiores. Nós temos que mostrar que somos os maiores. E mostrar que somos os maiores é exactamente ter essa liderança, é exactamente lutar por aquilo que está certo", finalizou Noronha Lopes.