Avançado concedeu uma entrevista exclusiva a O JOGO e falou da grande época que o Boavista está a realizar, mas também dos primeiros tempos no Bessa, onde já tem o nome gravado a letras de ouro.
Corpo do artigo
Tiago Morais regressou ao Boavista depois de uma época muito positiva no Leixões, na II Liga, e tem sido um dos jogadores em destaque neste início de época.
Como é acordar por estes dias na liderança do campeonato?
-É muito bom estar nos lugares de cima, sinal de que o nosso trabalho diário está a dar resultado. Só temos de continuar assim. Quando se ganha, o estado de espírito é outro e queremos continuar assim.
E a que se deve esta liderança no campeonato?
-Este grupo é muito unido e muito forte. Sinto isso desde que começou a época. Não sabemos até onde podemos chegar, mas, para já, interessa é olhar para o presente e apenas para o próximo jogo, contra o Chaves.
Face às dificuldades, a equipa pode crescer em quê?
-Esta equipa tem margem de crescimento, da parte dos jogadores e do treinador. Estamos sempre a aprender e a evoluir.
Sente que agora vão exigir mais ao Boavista?
-Neste clube, os adeptos exigem sempre vitórias. Tentamos fazer isso em todos os jogos, seja contra quem for, e vamos continuar desta forma.
O Boavista viu sair Mangas, Gorré e Yusupha. Como foi possível rendimento imediato com um ataque renovado?
-Acima de tudo, já nos conhecíamos. Na época passada, antes de ser emprestado ao Leixões, já tinha trabalhado com eles na pré-época.
Está surpreendido com o rendimento de Bozenik?
-Não estou surpreendido, porque já o conhecia. É um grande ponta-de-lança, e é sempre bom jogar com ele.
Bozenik, na época passada, não jogava. O que mudou?
-Não mudou nada. Quando a equipa está bem, os jogadores destacam-se individualmente.
Esta época regressa ao Bessa, onde já tinha feito história. Qual é peso de ser o jogador mais jovem a jogar pelo Boavista?
-Não tem qualquer peso, bem pelo contrário, é até um orgulho. Cheguei muito novo e tinha esse objetivo. É bom estar na história deste grande clube.
Ultrapassou João Vieira Pinto. Tem noção da história dele no clube?
-Já vi vídeos. Ainda não tive oportunidade de o conhecer pessoalmente, mas algum dia surgirá essa oportunidade. Gostava muito de o conhecer, porque sei que foi um grande jogador da nossa Seleção e do futebol português. O meu pai fala muito dele.
Estreou-se pelo Boavista com Jesualdo Ferreira. Ainda se lembra desse dia?
-Claro que sim. Foi contra o Braga, no Estádio do Bessa. Agradeço muito ao professor Jesualdo Ferreira por me ter lançado com 17 anos e três meses. Aprendi muito. Guardo um carinho enorme por ele. Foi um verdadeiro professor para mim.
O que aprendeu com ele?
-Ensinou-me alguns detalhes em campo, como a maneira de estar, a forma como rodar o pescoço, estar um metro ao lado, saber receber a bola com o pé direito ou esquerdo. Pormenores que as pessoas podem não reparar, mas que em meio segundo fazem a diferença.
O que pode acrescentar à equipa?
-Sou um jogador criativo e tendo liberdade em campo, como estou a ter, consigo extrair o melhor que tenho.
Foi importante a sua passagem pela II Liga?
-Sem dúvida. Cheguei muito cedo à equipa principal do Boavista e encontrei uma realidade muito diferente do futebol de formação para o profissional. Joguei pouco nessa transição, e tanto eu como o clube sentimos que precisava de jogar mais. Essa passagem pelo Leixões foi muito importante para mim. Fez-me muito bem e agradeço ao Leixões pela oportunidade. Cheguei mais preparado para este novo ciclo no Boavista.
"Petit é um grande treinador; Seba dá-me conselhos"
Grato a Petit por ter voltado ao Boavista e por estar a jogar, Tiago Morais elogia o trabalho do treinador axadrezado. "É um grande treinador, que me tem dado uma oportunidade e a quem agradeço muito. Tem um bom estilo de jogo", destaca, relevando ainda a importância de Seba Pérez. "É o capitão. Chama-nos à atenção quando não estamos tão bem, dá muitos conselhos e tento sempre ouvir aquilo que me diz. É um gosto trabalhar com ele, um jogador que tem muita qualidade e que acrescenta muito a esta equipa. Posso dizer que tenho o privilégio de jogar com ele", vinca.