Influência de Gabriel caiu, espaço vai diminuir mais e saída do Benfica está à vista
Em toda a sua carreira em primeiras ligas, nunca o camisola 8 teve uma percentagem de utilização tão baixa. Batido por Weigl na posição "6", também não convenceu Jorge Jesus que é melhor que Taarabt ou Pizzi
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Chegou ao Benfica já no final de agosto de 2018 e, na época passada, foi um dos elementos mais importantes na equipa do Benfica, quer com Bruno Lage quer, na fase final da temporada, com o interino Nélson Veríssimo. Em 2019/20, mesmo numa época afetada por uma lesão ocular, Gabriel foi sempre primeira escolha quando disponível mas, com a chegada de Jorge Jesus, a influência do luso brasileiro no clube da Luz caiu a pique.
Neste momento, o médio está claramente longe de ser uma opção principal, situação que não agrada ao mesmo, habituado a jogar com regularidade, assim como à própria estrutura do futebol, que vê esbater-se o investimento feito de dez milhões de euros. Assim, ao que O JOGO sabe e mantendo-se o atual cenário até final da temporada, a saída de Gabriel é uma situação em estudo pelas duas partes muito embora o atleta ainda esteja a lutar por recuperar o estatuto que já teve na equipa encarnada.
Habituado a jogar como médio de construção, Gabriel começou por perder espaço no plantel com a chegada de Jorge Jesus. O técnico entendeu que o ex-Leganés seria mais válido jogando na posição "seis", para a qual na fase inicial da época Weigl parecia também não agradar em pleno. Ao mesmo tempo que o alemão foi convencendo Jesus, o oposto sucedeu com Gabriel, ele que também se viu preterido pelo treinador em funções mais adiantadas por Taarabt e Pizzi.
Resultado das opções de Jorge Jesus, o camisola 8 tem-se vindo a apagar, em particular desde janeiro, quando também se viu atacado pela covid-19: neste ano civil apenas foi titular em quatro jogos e só num deles, na meia-final da Taça de Portugal frente ao Estoril, na Luz, alinhou os 90 minutos. Em toda a temporada de 2020/21, aliás, Gabriel já foi suplente 18 vezes, quase metade dos 37 jogos (48,6 por cento) em que esteve disponível para jogar, num registo que o médio nunca viveu antes como profissional. E, mesmo tendo sido utilizado em 12 dessas partidas, a verdade é que passou seis no banco sem sequer ir a jogo. O mais próximo disto e, mesmo assim, menos mau foi em 2018/19, quando chegou à Luz e foi suplente 13 vezes, apenas quatro não utilizado.
Com Jesus os minutos têm vindo a encolher
Em termos de minutos em campo, esta é também a temporada mais fraca de Gabriel numa primeira liga. Não contabilizando as três partidas de ausência por lesão e outras duas devido à covid-19, o médio teve condições de jogar em 37 partidas em 2020/21, num potencial de 3330 minutos. Acabou por apenas alinhar 1425, ou seja, 42,8 por cento, o que bate pela negativa o seu pior registo até ao presente: em 2018/19 ficara-se pelos 56,6 por cento de utilização possível.
Já em 2019/120, e mesmo tirando da equação as 18 partidas onde esteve indisponível devido à lesão ocular sofrida, assim como outra ao nível ligamentar e dois jogos de castigo, Gabriel disputou 83 por cento dos minutos dos 35 jogos em que podia ser utilizado. Por tudo isto, o médio encara com apreensão o futuro e não descarta, numa análise final da época, deixar o clube que, tendo o jogador já 27 anos e mais três anos de contrato, até junho de 2024, vê aqui o momento certo para recuperar o investimento inicial no atleta, num tema já discutido entre os responsáveis da SAD no âmbito da reestruturação do plantel.
Espaço vai diminuir mais com regresso de Florentino e Gedson
Se, nesta temporada, Gabriel tem visto o seu tempo de utilização decair notoriamente, nada garante que a situação venha a melhorar para si na próxima. Isto porque Luís Filipe Vieira já abriu caminho a que o plantel possa ser reforçado com elementos da formação, aos quais se juntam Florentino e Gedson, produtos do Seixal que terminam os respetivos empréstimos.