Alexander Riget, diretor técnico do Nordsjaelland, mostra confiança no sucesso do antigo pupilo
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Alexander Riget trabalha há vários anos no Nordsjaelland (do qual é o diretor técnico desde maio de 2023), equipa que na sua história conquistou um campeonato, duas Taças e duas Taças da Liga da Dinamarca.
Dirigente dinamarquês revela tudo a O JOGO. Conta como descobriu o avançado e como uma chamada do pai deste lhe mudou o destino. Detalha ainda a transferência do último verão para Alvalade.
Apesar de contar com poucos títulos no museu, o clube nórdico é responsável por ter lançado vários jogadores dinamarqueses que agora brilham um pouco por toda a Europa. Nomes como Damsgaard, Kudus, Daniel Svensson e Schjelderup saíram da formação do Nordsjaelland, tal como Conrad Harder, jogador do Sporting.
O avançado dinamarquês trocou o clube nórdico pelos leões no verão passado, a troco de 19 milhões de euros, mais três milhões em objetivos. Uma quantia elevada mas que Riget não vê como mal empregue pelos leões. “O Conrad [Harder ] é a maior transferência de um futebolista dinamarquês da Superliga da Dinamarca. Portanto, acho que seria um pouco arrogante se dissesse que não ficámos a ganhar. Mas também acho que o Sporting ficou a ganhar porque comprou um jogador por muito dinheiro e tem agora um jogador que está a jogar muito bem. O futuro parece ainda mais risonho e, claro, podem recuperar o seu investimento e até muito mais. Ambos os clubes ficaram a ganhar”, comentou.
19 M€ - O valor da transferência de Harder para o Sporting é de 19 M€ e pode chegar aos 22 milhões. Para já soma dez golos e cinco assistências pelos leões
Riget conhece como poucos Harder, que acompanhou desde muito cedo. “Ele jogava num clube mais pequeno da nossa região. Eles tinham uma geração muito boa nesse clube, eram muito bons a desenvolver jogadores jovens e, muitas vezes, mudavam-se de lá para o Copenhaga ou para o Nordsjaelland. Neste caso, ele estava num treino comunitário no Nordsjaelland, quando tinha 10 anos, e também estava a treinar no Copenhaga para saber se iria para lá, tinha de decidir para qual dos clubes queria ir. Depois, o Copenhaga teve uma colaboração com um clube mais pequeno, chamado BSV, e ele decidiu ir para o Copenhaga. Ele mudou-se para lá quando tinha 11 ou 12 anos, e depois jogou lá até aos sub-14. Aí o pai dele ligou-me a perguntar se tínhamos interesse no Conrad. E por causa do conhecimento que tínhamos dele antes, decidimos contratá-lo”, diz a O JOGO.
A transferência mais cedo do que o previsto
Durante o verão, o Sporting tentou durante muito tempo a contratação de Ioannidis, do Panathinaikos, um negócio que não conseguiu finalizar. Desta forma, os leões viraram-se para a Dinamarca e encontraram em Harder o futebolista para fazer concorrência a Gyokeres no ataque. Riget afirma que o clube de Alvalade lhe trocou a as voltas.
“Na verdade, renovámos o contrato com o Harder 14 dias antes de ele rumar ao Sporting. Assim, o plano era que ficasse no Nordsjaelland e daqui a meio ano, um ano, fazermos a transferência. Depois tivemos discussões. Mas é claro que se um clube como o Sporting, que é um clube muito grande, tanto em Portugal como na Europa, vem com uma oferta tão boa e o jogador acha que é o momento certo... O nosso lema é ‘direito a sonhar’, o que significa que o nosso propósito é levar os jogadores para grandes clubes, para que possam realizar os seus sonhos. Tínhamos pensado em mantê-lo pelo menos mais meio ano, talvez um ano. Mas acho que quando o Sporting chegou e fez a oferta, foi a decisão certa deixá-lo seguir em frente.”
A tarefa do Sporting de trazer Harder para Portugal não foi fácil de concretizar. O Brighton também tentou contratar o jogador. “Havia outros clubes interessados, pelo menos um da Premier League. Quando isso acontece, o valor da transferência aumenta”, lembrou.
Alexander Riget concorda ainda com Rui Borges, que afirmou recentemente que Harder parece um miúdo de 15 anos a jogar na rua. “No Conrad consegues ver essa paixão e como ele gosta de jogar futebol.” Recordou ainda que, enquanto jovem, “os treinadores foram um pouco duros com ele, porque pode ser algo difícil de lidar [em termos de feitio]”.
“Seleção é uma questão de tempo”
Riget acredita que Harder vai acabar por ser chamado à seleção A dinamarquesa. “É o passo natural. Não sei quando será, porque também há muitos outros bons jogadores, mas é só uma questão de tempo. Pode ser na próxima vez, pode ser daqui a um ano, dois anos. Seria engraçado vê-lo jogar contra Portugal”.