Goleador da Liga Revelação: "Estou sempre atento, sou um jogador chatinho"

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Miguel Rajani vive dias que dificilmente esquecerá. Aos 22 anos, o avançado do Leixões atravessa a temporada mais efervescente da carreira, impulsionado por uma cadência de golos que o projetaram para o centro das atenções do campeonato de sub-23. Perguntar se está a viver a melhor época da carreira parece quase redundante, mas a resposta confirma aquilo que se espelha no relvado.

"Sim, sinto claramente isso. Já me estreei pela equipa principal, tenho marcado golos, tenho causado impacto e, acima de tudo, sinto-me muito confiante. Quando entro em campo, sinto que posso fazer a diferença e isso dá-me uma força especial", assume.A forma como coloca o sublinhado na palavra "confiança" diz muito sobre o jogador que é hoje: mais afirmativo, mais presente no jogo, mais eficaz no último toque. "Tenho sentido de oportunidade e procuro muito o jogo. Estou sempre atento, à espera de um erro, de um espaço, de uma oportunidade, sou um jogador chatinho. Mas isto não é só sobre mim, não jogo sozinho. Esta época tem sido o reflexo de uma equipa que trabalha muito e trabalha unida. Estou mais perto da finalização, que é o meu papel, mas tudo nasce do grupo", argumenta.

Esse instinto goleador, trabalhado e afinado, trouxe-lhe também responsabilidades. Ser o melhor marcador da Liga Revelação atrai holofotes, perguntas, expectativas e, inevitavelmente, cria pressão. Ainda assim, Rajani encara-a com naturalidade. "Sinto pressão, faz parte, mas aprendi a lidar com ela de forma positiva. Para mim, é uma pressão boa, que me puxa. Sou muito competitivo, e cada vez que entro em campo sinto que quero superar o que fiz no jogo anterior. A pressão, no fundo, lembra-me que estou no caminho certo", garante o portuense.

No plano coletivo, o Leixões também vive um momento especial. A equipa lidera a Série A da Liga Revelação e está muito perto de carimbar o apuramento para a fase de campeão. A receita do sucesso, aos olhos de Rajani, não tem segredos. "Somos uma equipa resiliente. Sinceramente, acho que a nossa força nasce das relações que temos entre nós. Há uma energia boa, remamos para o mesmo lado, seja nos jogos bons ou nos momentos mais difíceis. É uma equipa feliz, que gosta muito de trabalhar".

O título da Liga Revelação é uma ambição que nenhum jogador nega, mas Rajani não deixa que esse objetivo se sobreponha à essência do projeto. "Toda a gente quer ser campeão da Revelação, claro, seria incrível. Mas o principal objetivo continua a ser formar jogadores. O maior título que o Leixões pode ganhar é ver a formação chegar à equipa principal", remata.

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Há momentos que ficam para além dos números. Para Rajani, esse momento é claro: a estreia pela equipa principal. "Foi uma marca que nunca esquecerei. Lembro-me de estar nervoso, normal para alguém que sonha com isto desde miúdo. O jogo não estava a correr-nos bem, o ambiente era tenso, mas quando entrei, desliguei-me de tudo. Foquei-me apenas no que podia controlar. E, naquele instante, fui muito feliz. É uma sensação difícil de explicar, mas é algo que guardo com muito carinho". Desde então, Rajani soma três jogos e trabalha regularmente com a equipa principal.