Gaitán e o jogo com o FC Porto após a morte de Eusébio: "Não podíamos perder"

Ida para o Benfica: "Para mim foi uma surpresa, não esperava que o Benfica me procurasse nem esperava sair, pois estava muito feliz no Boca. Mas sabia que estando na Argentina temos na cabeça ir para a Europa jogar numa grande equipa."

Chamada de Jorge Jesus: "Foi o Jorge Jesus quem me ligou, eu não percebia português e ele tentava perceber o mais que podia, mas isso deixou-me calmo, notei que ele queria mesmo que eu fosse. Foi uma decisão fácil de tomar porque me queriam mesmo, era um grande clube e onde haviam muitos argentinos de muita qualidade."

Adaptação: "No começo foi um bocado difícil, tenho um estilo de jogo que muitos podem gostar mas outros não. As pessoas dividiam-se comigo mas com o tempo foram percebendo o meu jogo e a equipa começou a conseguir títulos, o que torna tudo mais fácil. A relação com os adeptos tornou-se muito próxima e sentia vontade de retribuir em campo o carinho."

Uma vez saiu de carro em tronco nu por ter oferecido a camisola do Benfica que tinha vestido: "Pediram-me uma camisola, não tinha e era difícil dizer que não a um miúdo. Só tinha uma camisola de fato de treino vestida, tirei-a, dei-lhe e fui embora. Acho que o miúdo ficou muito feliz."

Jogo com o FC Porto após a morte de Eusébio: "Foi semana diferente, tivemos um dia de folga após o jogo anterior e eu tinha ido à Serra da Estrela. Ligaram para nós a dizer que tínhamos de voltar. Foi tudo muito estranho, ninguém estava à espera que isso acontecesse. Uma semana muito diferente Foi uma carga de emoção, percebemos que era um jogo que não podíamos perder, não podíamos deixar de ganhar. Fizemos um jogo magnífico, ganhámos a um grande rival com um grande caráter."

Golo no Dragão, e bons jogos contra os grandes: "É difícil explicar. Quando se jogam essas partidas as motivações são maiores, não se podem perder temos de dar o máximo. São jogos renhidos e gostava muito desses jogos. Fiz golos ao Sporting e ao FC Porto mas dias antes já queria jogar."

Custou mais sair do Benfica ou do Boca Juniors?

"Foi diferente, estive a vida toda no Boca mas sabia que teria de sair. É como morar com os pais sabendo que algum dia tens de sair de casa. Era muito novo. Depois, na saída do Benfica tinha seis anos no clube era diferente e custou-me mais. Senti mais a saída do Benfica."

Chorou após a substituição contra o Marítimo na despedida, na final da Taça da Liga: "A minha última bola no Benfica foi golo, com passe do Jonas. Já sabia antes do jogo que ia embora, mas não disse aos colegas para eles se focarem na final. Mas perdi muito tempo a pensar se a decisão era correta ou não, fui para o jogo quase sem descansar após o almoço. Correu tudo bem, a equipa conseguiu ganhar. Depois do jogo comuniquei aos meus colegas antes de saberem pela imprensa."

DECLARAÇÕES À BTV