Frederico Varandas propõe voto universal para sócios: "Não somos um clube de Lisboa"
Presidente do emblema leonino assina esta sexta-feira o editorial do jornal "Sporting"
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Em nome do Conselho Diretivo do Sporting, Frederico Varandas, presidente do emblema leonino, anunciou a apresentação à Mesa da Assembleia-Geral (MAG) de uma proposta para alterar estatutos e permitir voto universal para os sócios.
"Enquanto existir um sócio a quem não permitimos votar, estaremos a afastar-nos do ADN que em 1906 nos criou um clube de Portugal com a ambição de ser um cidadão do mundo", lê-se no editorial do jornal "Sporting", assinado esta sexta-feira por Frederico Varandas.
"Não somos um clube de Lisboa. Temos sócios espalhados por Portugal e pelo mundo inteiro que não conseguem participar. Outros com dificuldades de mobilidade. Alguns que trabalham ou têm algum impedimento nos dias de Assembleia Geral. Somos muitos, todos apaixonados pelo clube. Todos querem participar e gozar dos seus direitos na totalidade. Eles nunca se esquecem de nós, não podemos esquecer-nos deles", continua.
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"Neste sentido, apresentámos à Mesa da Assembleia Geral o pedido para apresentação de alteração dos estatutos que permita a universalidade do direito, a que todos subsiste, de votar. O Conselho Diretivo a que presido será apenas um soldado, convicto que esta é, acima de tudo, uma decisão de justiça para a inclusão de todos vocês, cuja distância dificulta ou impede a mobilização e participação. É, a nosso ver, uma oportunidade ímpar de cada um decidir para que todos possam decidir sempre", lê-se ainda.
A proposta irá a votos na Assembleia Geral agendada para 8 de outubro.
Veja o editorial na íntegra:
"Caros Sócios
Ganhámos juntos, em agosto de 2022, a batalha que nos poderia ter retirado o controlo do nosso próprio destino, quando assegurámos a maioria do capital da Sporting SAD.
Concretizámos a conversão de 83.563.849 VMOC antes da data limite de dezembro de 2026, assegurando antecipadamente que serão os Sócios a poder decidir o nosso futuro.
Finda esta enorme conquista, é de idêntica relevância que todos os Sócios possam decidir, e não apenas uma minoria.
É a minha firme opinião que enquanto existir um Sócio a quem não permitimos votar estaremos a afastar-nos do ADN que em 1906 nos criou um Clube de Portugal com a ambição de ser um "cidadão" do mundo.
Em 117 anos tornámos essa ambição uma realidade, mas não conseguimos ainda ao dia de hoje, em plena Era da 4.ª Revolução Industrial − a maior revolução tecnológica de sempre - ultrapassar as barreiras físicas que impedem que a maioria dos Sócios consiga votar.
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Não somos um clube de Lisboa. Temos Sócios espalhados por Portugal e pelo mundo inteiro que não conseguem participar. Outros com dificuldades de mobilidade. Alguns que trabalham ou têm algum impedimento nos dias de Assembleia Geral. Somos muitos, todos apaixonados pelo Clube. Todos querem participar e gozar dos seus direitos na totalidade. Eles nunca se esquecem de nós, não podemos esquecer-nos deles.
Aquilo que impossibilite um Sócio de votar deve mover-nos a todos.
Dirijo-me assim a vós, em nome do Conselho Diretivo, para que tenham a última palavra na próxima Assembleia Geral do Clube, na decisão de permitir que o voto no Sporting CP seja realmente um Voto Universal.
Neste sentido, apresentámos à Mesa da Assembleia Geral o pedido para apresentação de alteração dos estatutos que permita a universalidade do direito, a que todos subsiste, de votar.
O Conselho Diretivo a que presido será apenas um soldado, convicto que esta é, acima de tudo, uma decisão de justiça para a inclusão de todos vocês, cuja distância dificulta ou impede a mobilização e participação.
É, a nosso ver, uma oportunidade ímpar de cada um decidir para que todos possam decidir sempre.
No dia 8 de uutubro a decisão é vossa.
Obrigado.
Sporting Sempre! Viva o Sporting!"