Na quarta semana de isolamento, Florent, defesa-esquerdo do Vitória, dá conta de uma nova perspetiva de vida e da valorização da família
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Cansaço mental: "Passo os dias em casa, como é natural nesta época de pandemia, a brincar com os meus filhos e não há tempo para descansar. Mentalmente é uma situação muito complicada. Agora compreendo a minha mulher quando ela me dizia que estava cansada e eu perguntava-lhe: 'cansada de quê, de estar em casa, com boa vida?' Percebo agora que é um cansaço mental, de ficar fechado no apartamento, apenas nós os quatro, sem poder sair, sem poder socializar. Sinto falta das rotinas diárias".
Valor da família: "Antes, o mais importante era o futebol e só pensava nele. Agora o tempo é outro e penso sobretudo nos meus filhos, na minha mulher. Damos ainda mais valor ao que temos. Antes chegava a casa e os meus filhos queriam brincar e às vezes dizia-lhes que estava cansado. Agora não, brinco com eles e penso de maneira diferente".
Consequências do isolamento: "Se já fiz alguma loucura nestes dias? A prova está aqui [e aponta para o cabelo rapado]. Cansado de estar em casa, a única coisa que consegui mudar foi o meu cabelo, rapei-o".
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Saudades dos companheiros: "Eles são um bocadinho chatos, mas claro que sinto a falta dos meus companheiros, tenho saudades de estar com eles, de treinar com eles".
Regresso aos treinos: "Acho que vamos precisar de fazer uma pré-época, três ou quatro semanas de treinos, para ficarmos com condições físicas para jogar. Esse período será importante para prevenir lesões".
Regresso do campeonato: "Não penso na possibilidade de não haver campeonato. Não, na minha cabeça só está o pensamento de acabar a época, de cumprir os objetivos do Vitória. Temos uma meta europeia para alcançar e nesta altura estamos a trabalhar com isso em mente. O Vitória está a dar-nos todo o material necessário para treinar em casa".
Redução salarial: "O presidente já falou com os capitães e até agora está tudo normal, não foi tomada qualquer decisão. Claro que estamos disponíveis para abordar uma possível redução salarial, podemos baixar, sim, os nossos vencimentos".