"Fizemos uma guerra para não jogarmos nas Antas, lá sentia-se uma pressão terrível"
O MEU CLÁSSICO - Com Álvaro Magalhães
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"Decidido à paulada pelo Carlos Manuel"
"A final da Taça de 1982/83 estava marcada para o Porto, mas nós fizemos uma guerra para não jogarmos lá. Pensámos mesmo em não ir a jogo. Muita gente não queria jogar, o Eriksson estava confuso e pensou em irmos a jogo com suplentes, mas enfim, lá acabámos por decidir jogar e foi mesmo nas Antas. Era um estádio onde se sentia uma pressão terrível, principalmente na bancada descoberta. Um ambiente frenético. O jogo ficou resolvido muito cedo, logo aos 20 minutos, com uma paulada do Carlos Manuel. Foi um grande golo, num remate de fora da área, como já era hábito dele. Depois, sofremos forte pressão do FC Porto, mas aguentámos bem, jogando mais à defesa, claro, mas tentando sempre sair em contra-ataque. Foi com muito arreganho e com muito sofrimento. E o Bento fez também uma grande exibição, defendeu o que foi preciso. Fomos mais felizes, uma verdadeira equipa, forte coletivamente. O Eriksson foi importante para esse triunfo, era um treinador muito positivo e confiante. Dava muita importância também à parte disciplinar e depois tinha muita força na metodologia do treino. Revolucionou o futebol português nesse aspecto, estava muito adiantado no tempo. No fim do jogo, apesar de termos ganho na casa deles, não houve confusões. Há sempre uma coisa ou outra, mas nada de anormal, porque as pessoas do FC Porto sentiram que fomos mais felizes. Ganhar nas Antas nunca era fácil e foi uma vitória muito sofrida."