Fizemos as contas e verificámos que a equipa de Sérgio Conceição é a que mais aproveitou as bolas paradas entre os principais campeonatos europeus, penáltis à parte
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Há clássico na final da Taça de Portugal, um daqueles jogos que os treinadores gostam de dizer que ganha quem comete menos erros e que pode ser decidido nos detalhes. Um desses pormenores, que faz a balança cair para um dos lados, são os lances de bola parada e aí há uma equipa que vai estar no Jamor que domina o espaço europeu.
Na sequência de cantos ou de livres, os portistas apresentam o melhor registo nestes lances.
O FC Porto é, nos principais campeonatos, a formação que melhor aproveitamento conseguiu desse tipo de jogadas esta temporada. Do laboratório do Olival "nasceram" 24 dos 74 golos marcados pela equipa na principal prova nacional, ou seja, praticamente um terço (32,4%) da produção dos dragões surgiu de lances estudados, fosse na sequência de cantos ou de livres, diretos e indiretos.
Nestas contas não entram as grandes penalidades, que, para todos os efeitos, não são lances de laboratório, ainda que sejam ensaiados com regularidade. O Liverpool, um dos finalistas da Liga dos Campeões, e os turcos do Besiktas surgem em segundo lugar neste ranking, com 20 golos cada.
O FC Porto marcou 24 dos 74 golos no campeonato na sequência de cantos ou livres: praticamente um terço da produção total da equipa
Contudo, o peso na contabilidade final das respetivas equipas é menor: 22,4% no caso dos ingleses e 28,9% no que diz respeito à equipa de Ricardo Quaresma. O Sporting, com o qual o FC Porto vai discutir a prova-rainha no Jamor, terminou o campeonato português com apenas 14 golos de bola parada, menos dez do que o FC Porto. O Benfica, refira-se, marcou 18 vezes no campeonato dessa forma, o suficiente para se sagrar campeão.
Entre os 24 golos de laboratório dos portistas, apenas dois são de livre direto e, neste capítulo, o Sporting leva a melhor, porque faturou mais um: Mathieu marcou ao Nacional e Bruno Fernandes assinou dois golos, ao Feirense e ao Braga. Sérgio Oliveira (V. Setúbal) e Alex Telles (Nacional) fizeram os do FC Porto.
Como curiosidade, acrescente-se que a nível de penáltis, lances de bola parada que não entram nesta contabilidade, os leões deram goleada: 15 golos de penálti, contra apenas sete dos portistas.
No clássico do campeonato, os dois golos da vitória nasceram assim.
No clássico que encerrou a Liga, por exemplo, os lances de bola parada foram decisivos. Luiz Phellype adiantou os leões num contra-ataque, mas perto do final, na sequência de dois cantos apontados por Corona, os dragões deram a volta ao resultado. Na derrota caseira com o Benfica, o FC Porto também marcou na sequência de um livre direto de Adrián López, embora só à segunda.
Na Taça da Liga, o Sporting empatou a meia-final de penálti, mesmo em cima dos 90". Nos outros três clássicos da época, não houve golos de bola parada.
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