FC Porto: matar a fome sem morrer na caça

Na antevisão à partida contra o Benfica, aos microfones do Porto Canal, Stephen Eustáquio destacara a "fome" dos novos jogadores do FC Porto, dando os exemplos de Jan Bednarek e Victor Froholdt. "Um "jogadorzaço" que nunca tinha atuado na Liga Europa e um miúdo que corre como um animal e quer muito dar o próximo passo", disse. Reforços que trouxeram "energias positivas", acrescentou Eustáquio, mas que também traduzem uma reformulação profunda de um dragão que busca uma nova identidade e retomar o caminho dos títulos.

Do onze titular de domingo, apenas três jogadores sabem o que é ser campeão nacional nos últimos anos: Diogo Costa e Pepê pelo FC Porto, e Froholdt pelo Copenhaga, mas falamos de um jogador de apenas 19 anos e já com a responsabilidade de ser imprescindível na equipa. Mesmo um dos mais experientes, Bednarek, foi campeão pelo Lech há dez anos, mas estava num clube (Southampton) que terminou a última época com 95 golos sofridos, assumindo agora o papel de patrão e primeiro elemento da construção de jogo.

Experiências e bagagens diferentes, num dos motivos que levou Farioli a elogiar a "maturidade" da equipa, num contexto complicado e traiçoeiro. O técnico tinha os jogadores prontos para vários cenários, ainda assim, contava que o Benfica se mostrasse mais pressionante. Assim sendo, com a liderança isolada em segurança, muito campeonato pela frente e perante um adversário que esperou o jogo todo por um contra-ataque ou bola parada, a equipa técnica entendeu que não seria avisado cometer riscos desnecessários em busca de um golo que, todavia, poderia ter surgido nas oportunidades criadas. A última até terminou na barra, pelos pés de Rodrigo Mora, lançado numa fase em que o xadrez tinha mais espaços e menor dependência dos duelos corpo a corpo.