Frustração pelo nulo no clássico não abala a confiança da equipa. Farioli dá cinco dias de folga que já estavam programados: jogadores levam plano de treino para manterem índices. Treinador reconhece a importância do tempo livre com a família antes de novo ciclo desafiante: só um jogo em casa até à nova paragem
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O FC Porto sai para o segundo período FIFA acabado de perder os primeiros pontos da época, mas com a confiança intacta. Da estrutura aos jogadores, passando pela equipa técnica, todos sentem frustração pelo nulo num estádio cheio diante do Benfica, pela convicção de que, a haver um vencedor, seriam os dragões, no entanto, o trilho traçado até aqui serve de alento. O FC Porto que, em junho, deixou uma péssima imagem no Mundial de Clubes - e não muito diferente dos meses anteriores... - chega a outubro líder isolado, com nove vitórias em dez partidas para campeonato e Liga Europa, incluindo os dois principais rivais. De facto, desde 2021/22 que os azuis e brancos não saíam invictos dos clássicos da primeira volta, depois de terem vencido em Alvalade - na referida temporada, empataram (1-1) com os leões e bateram o Benfica (3-1).
Com 14 jogadores nas seleções (ver p.4), Francesco Farioli concedeu cinco dias de folga ao plantel, que só volta aos treinos no Olival na tarde de sábado. Não se trata de um prémio, já estava nos planos e já acontecera sensivelmente o mesmo na pausa de setembro, mas apenas o outro lado da moeda. Se o técnico é altamente exigente em cada sessão de trabalho, também reconhece a importância do descanso e do tempo livre com as famílias, pelo impacto a nível físico e mental, até porque não faltam sequências exigentes ao longo da época, como esta que agora terminou. Ainda assim, não está em causa uma pausa absoluta, porque todos os jogadores partiram para as folgas com um plano de treino para se manterem ativos e cumprirem índices indispensáveis. Por outro lado, Nehuén Pérez e Luuk de Jong, lesionados, vão passando pelo Olival, especialmente o neerlandês. Por ora em tratamento e trabalho de ginásio, o avançado tem o regresso à competição apontado às últimas semanas de novembro, mas todos os dias contam para dar gás à recuperação do problema no joelho esquerdo.
"Vamos dar alguns dias de descanso aos jogadores que não vão às seleções porque eles precisam e merecem. Depois disso, vamos começar a trabalhar no duro para preparar os próximos jogos", explicou Farioli após o jogo, antevendo um "mês interessante". Dos próximos seis jogos do FC Porto até à paragem FIFA seguinte, cinco serão fora de casa, num ciclo que começará em Barcelos, casa emprestada ao Celoricense, para a Taça de Portugal. Seguem-se as visitas a Notthingham Forest e Moreirense, a receção ao Braga e as deslocações a Utrecht e Famalicão, encerrando mais um microciclo, a 9 de novembro. Em termos de calendário, não terá a sobrecarga que se viu na última semana, mas é uma sequência que traz o perigoso clã minhoto em força e duas visitas na Liga Europa, que podem dar uma margem significativa nas contas do apuramento.
A sequência quase perfeita do FC Porto desde o início da época já permitiu, por outro lado, recuperar 11 pontos em relação à edição anterior do campeonato. Houve melhores resultados face a V. Guimarães, Gil Vicente, Sporting, Rio Ave e, apesar de tudo, Benfica. Tudo isto num percurso que ainda só colocou pela frente um dos cinco últimos classificados da I Liga, às contas de hoje, em concreto o Casa Pia, 14.º.