Manuel Machado e José Mota orientavam insulares e leixonenses e recordaram essa época. Bom arranque pode servir de "embalo" para ano memorável. Porém, a qualidade atrai tubarões...
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Já passou um mês e meio desde o início do campeonato, o equivalente a seis jornadas, e o líder continua a ser o mesmo: o Famalicão. Para encontrar um clube, fora do âmbito dos três grandes e do Braga, que estivesse no topo à sexta jornada é preciso recuar à época 2008/09 quando Nacional e Leixões partilhavam o primeiro lugar com 13 pontos.
Se os madeirenses ainda não tinham defrontado FC Porto, Benfica ou Sporting, o Leixões já tinha empatado em casa com as águias e na sexta ronda criou ondas de choque no Dragão com um triunfo por 3-2. Manuel Machado orientava os insulares ao passo que José Mota estava ao leme dos leixonenses e explicaram a O JOGO como lidavam com o invulgar momento.
"Foi uma época histórica pois culminou com a melhor classificação de sempre do Nacional na I Liga [quarto lugar]. São situações que na primeira ou segunda jornadas são normais, mas à sexta não são tão vulgares. Lamento é que seja algo temporário já que só Belenenses e Boavista é que conseguirem ser campeões, além dos grandes", refere Manuel Machado, que aplaude a equipa de João Pedro Sousa. "Tem sido dos conjuntos que melhor futebol pratica. Porém, têm um investimento por trás que possibilita este desempenho", comentou.
Seis jogos: o Famalicão precisou de seis jogos para chegar às cinco vitórias. O melhor registo anterior era de 15 partidas
Contudo, o conto de fadas não vai ser eterno, avisam os técnicos. "Sabíamos que era uma questão de tempo até as coisas mudarem", atira Mota. "Era importante não haver deslumbramentos. Se o Famalicão tiver dois desfechos negativos, a casa não vai cair. De certeza que nem a Direção, por mais ambiciosa que seja, não estava à espera desta campanha", observou Machado.
José Mota lidou com problemas inesperados no Leixões, que o Famalicão pode vir a encontrar. "Os adversários começaram a jogar com blocos baixos contra o Leixões. O Famalicão, por mais confiança que tenha, não terá grandes hipóteses se tiver de lidar com situações destas", vaticina. Além do mais, Mota lembrou que a qualidade faz despertar atenções no mercado. "Em janeiro, o Leixões perdeu jogadores importantes como o Wesley. É normal que os jogadores do Famalicão possam ser cobiçados", avisou.
No entanto, o bom arranque é um trampolim para uma temporada ainda melhor. "Na minha opinião, Braga, Famalicão, V. Guimarães, Rio Ave e Portimonense têm plantéis com ambições europeias. No Nacional, o nosso arranque foi um elástico para ciclos positivos que a partir daí se seguiram", desfiou Manuel Machado. Experiências de quem sabe do que fala para conferir nos desempenhos futuros deste sensacional "Fama".
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No leque de nove históricos
O Famalicão é o nono clube a conseguir ser líder isolado da I Liga à sexta jornada. Os minhotos juntam-se a Benfica, FC Porto, Belenenses, Sporting, Lusitano de Évora, V. Setúbal, Boavista e Braga, sendo que o Lusitano também era um recém-promovido em 1952/53. Desde que, em 1995/96, a vitória passou a valer três pontos, só cinco emblemas conseguiram semelhante registo: FC Porto (sete vezes), Benfica (cinco), Braga (duas), Sporting (uma) e, claro está, o Famalicão. Um intruso no meio dos grandes...