Central João Batista regozija-se com a capacidade da equipa para afastar a nuvem negra que pairava e seguir em frente. Minhotos têm dois empates e duas derrotas na Liga 3, pese o objetivo inicial de lutar pela subida. Projeto fafense convenceu o jogador de 27 anos, que no passado viveu situações de salários em atraso.
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Ganhar, por 1-0, ao Oriental, em Lisboa, e seguir em frente na Taça de Portugal foi como que afastar, pelo menos por agora, a nuvem negra que tem pairado sobre o Fafe desde o início da época. Os minhotos ainda não ganharam na Série A da Liga 3 (têm dois empates e duas derrotas) e viram o chicote estalar para o treinador Joel Sampaio. Substituiu-o Mário Ferreira, que se estreou com um triunfo na prova- rainha. "Precisávamos de uma vitória nem que fosse no último segundo. Temos um grupo forte, unido e há coisas no futebol que não dá para explicar... Todos estávamos à procura da vitória e isso notou-se no final, com toda a gente a festejar, mesmo os que estavam na bancada", refere a O JOGO João Batista, central de 27 anos que só não foi titular na derrota mais pesada até ao momento: 5-1 na Trofa.
Apesar dos constantes insucessos, João Batista acha que o Fafe merecia mais: "Perdemos pontos injustamente. Na Trofa foi o nosso jogo menos conseguido. Este triunfo na Taça foi um virar de página."
Nos primeiros dias de Mário Ferreira, João Batista conta que o novo técnico tentou elevar o moral da equipa. "Deu-nos uma volta à cabeça e disse-nos que tanto podemos ganhar no primeiro como no último minuto. Pediu-nos para sermos compactos, com linhas juntas, para nunca baixarmos os braços, porque o nosso valor é muito grande e podemos ganhar a qualquer equipa", revela. Com o Fafe no último lugar da Série A com dois pontos, a par do São João de Ver, o defesa acredita na retoma. "Há tempo para chegarmos lá acima. Todos os jogos serão como uma final", observa.
A cumprir a segunda temporada nos justiceiros, João Batista passou um mau bocado em 2023/24, no Vilaverdense, experiência que o levou a ponderar o futuro. "No Aves ficaram a dever-me dinheiro, no ano em que a SAD acabou. Tenho um enorme respeito pelo clube e fiquei com muita pena pelo que aconteceu. Depois, no Vilaverdense, se não fossem os meus pais, acho que hoje não jogaria futebol", lembra. "Ia de Paços de Ferreira para Vila Verde e, no último ano lá, cheguei a ter quatro meses em atraso. Mas andava sempre com um ou dois meses por regularizar. Gostei de jogar no Vilaverdense, fiz grandes amizades, mas quando não há dinheiro, não tens o mesmo rendimento", comenta. Por isso, preferiu o certo ao incerto. "O meu empresário disse-me que estive dois anos com a cabeça lixada e para ir atrás do projeto em que no final do mês soubesse que o dinheiro estava na conta. O Fafe é impecável nesse aspeto", termina.
Um desejo enorme de levar o Fafe à II Liga
João Batista já passou pela II Liga, ao serviço do Vilaverdense, e sonha lá voltar. "Quero muito levar o Fafe à II Liga. Acreditei bastante neste projeto. Tive propostas financeiramente melhores, mas o Derlei falou comigo, acreditei nele e dei-lhe a minha palavra que vinha", recorda. "Pensei que poderíamos ser felizes logo no primeiro ano, mas ainda temos outra época pela frente", acrescenta o central cujo pai jogou no Freamunde e no Paços de Ferreira.