Em relação à época passada, os adversários do FC Porto não produzem em maior volume, mas os golpes são mais profundos
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O FC Porto chega à primeira pausa da época com algumas feridas para sarar e análises a fazer, reflexo de resultados atípicos no campeonato e na Liga dos Campeões. Os números nem sempre contam a história sozinhos, e ao longo deste texto vamos perceber porquê, mas importa olhar para eles e compará-los com as médias por 90" da brilhante época passada. Foi o que fizemos na infografia em baixo e que mostra os registos dos adversários dos dragões e o que estes permitiram a quem se apresentou do outro lado em todos os jogos já realizados.
Face à última época, o FC Porto sofre praticamente o mesmo número de remates por 90", mas uma maior percentagem vai à baliza.
Globalmente, o desempenho do FC Porto tem melhores médias em 2021/22, mas uma análise mais aprofundada mostra que as diferenças estão longe de ser vincadas. Os remates, ataques posicionais, posse de bola e passes para o terço final que permite aos rivais, por exemplo, são praticamente iguais, assim como os golos sofridos diferem de forma residual. A análise sugere-nos, assim, que o problema não estará tanto no volume ofensivo que a equipa de Sérgio Conceição concede, mas na forma como tal acontece. Sofre o mesmo número de remates, mas estes vão mais vezes direcionados à baliza (de 36,4% para 40,5%). Por outro lado, permite menos cruzamentos (9,7-8,4) mas mais contra-ataques (2,3-1,9).
De uma forma global, a equipa de Sérgio Conceição tem piores médias na comparação com 2021/22, mas com diferenças residuais. Problema não será o quanto concede, mas a forma como o faz.
Os próprios resultados transmitem-nos uma ideia semelhante: mais do que os tropeções, surpreenderam os contornos. Das cinco vitórias no campeonato, apenas uma (Vizela, 1-0) foi pela margem mínima e até houve um triunfo no clássico pelo meio (3-0 ao Sporting). Mas há alarmes que soam quando o FC Porto sai para o intervalo a perder 3-0, como aconteceu com o Rio Ave, a quem bastou quatro remates enquadrados. Mais estranho ainda foi perder com o Brugge por quatro golos sem resposta. Um trajeto que obriga os azuis e brancos a acertarem o passo num regresso à competição que se adivinha eletrizante e potencialmente decisivo para campeonato e Champions.