Angelino Ferreira e os efeitos da alteração do “programa Regressar”
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Ao abrigo do Programa Regressar, jogadores que já tendo estado em Portugal e pretendessem voltar, pagavam IRS sobre metade do rendimento. Esta medida que beneficiava a entrada de jogadores de custo elevado, como Pepe, Di María ou Otamendi, vai mudar radicalmente: o Orçamento do Estado para 2024 impõe, para os futuros beneficiários um tecto máximo de 250 mil euros, valor obviamente escasso para jogadores de topo que projetavam voltar a jogar em Portugal.
“Vai entrar uma variável negativa na competitividade do futebol português. Os clubes terão menos possibilidades de contratar futebolistas de topo. Trata-se de um instrumento de competitividade que vamos deixar de contar”, assegurou Angelino Ferreira, antigo antigo administrador da SAD do FC Porto numa reação à proposta de alteração do Programa Regressar.
Este regime, aplicado a qualquer trabalhador, foi criado em 2019, sobretudo para profissionais com salários elevados, que permitia que metade do que ganhassem em Portugal estaria isento do pagamento de IRS. “Trata-se de uma 'pescadinha de rabo na boca'. Se não é atraente para os futebolistas regressarem, as equipas perdem competitividade nas provas europeias e o dinheiro para contratarem melhores jogadores e estarem entre os melhores da Europa”.