
Rúben Neves e Pedro Gonçalves combinaram como iriram festejar os golos que marcassem
RUI FARINHA/LUSA
Primeiro golo de "Potinho", alcunha que lhe era dada em criança por ser gordinho, foi dedicado ao internacional português. A dupla morou na mesma casa, em Inglaterra, durante alguns meses
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Corria o minuto 72 do Famalicão-Paços de Ferreira quando Pedro Gonçalves se estreou a marcar. O ex-Wolverhampton (Inglaterra) é um dos indiscutíveis no meio-campo do líder e, assim que a bola entrou, juntou as mãos fechadas, num festejo que tinha como destinatário o amigo... Rúben Neves.
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O JOGO falou com o internacional português, que explicou a origem da celebração. "A minha mulher, que estava grávida, foi para Portugal em fevereiro da época passada e, daí até maio, eu e o Pedro passámos a morar juntos. Combinámos, então, que íamos festejar assim quando marcássemos. Eu marquei primeiro e agora foi a vez dele. Foi uma espécie de dedicatória um para o outro", conta o médio do Wolves, que na quinta-feira defronta o Braga, para a Liga Europa, mas que só quis falar sobre o amigo.
Voltando atrás, a carreira de "Potinho", alcunha ganha em criança porque Pedro era gordinho, começou a ser palmilhada no Vidago. Jorge Pires, o empresário do médio, conheceu-o aos nove anos e levou-o para o Chaves, onde apontou 72 golos num só ano no futebol de sete, marca que foi um recorde absoluto nas camadas jovens dos flavienses.
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Sem ser avançado, Potinho distinguia-se pelo remate forte e de qualquer parte do campo. Dois anos depois, Pedro Gonçalves foi fazer testes ao Braga, onde se cruzou com João Pedro Sousa, o atual treinador do Famalicão que na altura era adjunto dos juniores.
O prodígio de Vidago permaneceu no Minho até se mudar para o Valência em 2015. Pelo meio, "Potinho" virou "Pote", pois Agostinho Oliveira, então coordenador da formação, achava que Potinho era nome de criança para um rapaz já crescido. O primeiro ano de Pedro no Valência foi difícil, já que o atleta não pôde jogar devido a um erro com a inscrição e nem da academia podia sair, por ser menor de idade.
Em 2016/17, Pote treinava com a equipa A, enquanto era capitão dos juniores, mas o fim de contrato com os che levou-o até o Wolverhampton. E aqui regressamos à ligação com Rúben Neves, que não se mostra surpreendido com a afirmação do amigo. "Acompanhei sempre os jogos dos sub-23, que foram campeões da respetiva Divisão. Ele tem imensa qualidade", assegura.
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A ligação é mantida quase diariamente. "Falamos quase todos os dias, seja a jogar na Playstation (em modo online) ou algo do género", conta. Apesar de companheiros, as diferenças são grandes em campo.
"Vejo-nos a jogar num meio-campo a três. Eu sou mais defensivo e ele gosta de chegar à área", observa Rúben Neves, elogiando o líder Famalicão. "Têm feito um início brilhante. Contudo, o Pedro passa-me sempre a mensagem que continuam com os pés no chão", concluiu.
