O fim das provas não profissionais foi, para a larga maioria dos emblemas das associações distritais, um ponto final. Para outros é um ponto de interrogação que exige respostas breves.
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A FPF encerrou todas as provas não profissionais e explicou em comunicado a decisão, deixando em aberto a promoção de clubes do CdP à II Liga e prometendo ainda indicar "os representantes de Portugal na Liga dos Campeões de futebol feminino e de futsal masculino".
Para as competições distritais nada foi resolvido em absoluto, além do fim das provas. Ficou em aberto a possibilidade de promoção dos respetivos líderes. E é isso que estes pretendem. Como se pode ver no mapa, há emblemas que seguiam destacados na liderança, outros que dividiam o pódio... e todos mantinham a ambição de chegar a um patamar mais alto.
"O comunicado foi uma não decisão, no que nos diz respeito", considera Gil Almeida, presidente do Salgueiros, líder da Série 1 da AF Porto. Este dirigente, ainda "na expectativa", confia, agora, "na AF Porto para defender os nossos interesses". "Não sei ficamos se subimos. Quando o comunicado sai eles já deviam ter estudado e definido o que fazer", corrobora Manuel Fernando Polido, líder do Pêro Pinheiro, da AF Lisboa. "A subida é de justiça. Temos a expectativa que o Juventude suba", vincou António Sousa, de Évora.
Uma SAD, respeito pelos patrocinadores e ameaças
"Vamos ter um problema de justiça e calculo que alguns recorram para a justiça", alerta José Luís Marques, presidente do S. João de Ver.
Clubes querem subidas para premiar mérito. Ameaças de demissões, retirada do emblema das competições e até recurso ao tribunal
"Parece que estamos no dia das mentiras. Não percebo a pressa quando se sabe que a UEFA chamou à razão a federação belga", acrescenta. No caso do clube aveirense, a preocupação está na frustração de que o investimento feito na SAD, criada em junho passado, possa não ter retorno. "Falta tempo para a próxima época, mas temos de começar a pensar em treinadores e jogadores", aponta o líder do Pêro Pinheiro.
Os líderes distritais vão comunicando num grupo criado no whatsapp e julgam que, até terça-feira, deverá haver uma resolução. Nos dirigentes ouvidos há uma unanimidade: pode não haver campeão, mas "o mérito desportivo deve ser respeitado". Ou seja, deve haver subidas ao CdP. Se assim não for, há quem projete decisões drásticas. "Se o Pêro Pinheiro não subir, a minha decisão é pedir a demissão. Acabamos por enganar os nossos patrocinadores e adeptos", diz Manuel Polido. "Penso seriamente em retirar a equipa das provas distritais", acrescenta Octávio Rodrigues, presidente do Vimioso, da AF Bragança.
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Porto complicado, Açores já teve festa
Na AF Porto não há um, mas dois campeonatos de acesso ao Campeonato de Portugal. No final da época regular, os dois primeiros de cada série disputavam um mini-campeonato para apurar quem sobe ao CdP, embora, historicamente, e por desistência de outros emblemas, a associação do Porto costume indicar mais do que um clube por época. Na série 1 lidera o Salgueiros e na série 2 o Tirsense. Como afirma Gil Almeida, presidente do Salgueiros, a equipa mais pontuada, acredita que à AF Porto compete defender "os interesses dos clubes", junto da FPF, nas reuniões que decorrem para decidir o futuro dos clubes que apostaram para subir.
Nos Açores mora a única equipa que festejou o título de campeão. O Rabo de Peixe já tinha assegurado matematicamente o título com uma diferença de 21 pontos para o perseguidos mais direto, faltando disputar-se cinco jornadas para o final do campeonato. Além disso, fez a festa e começou a preparar a subida que, agora, está em risco.