David Carmo regressou à titularidade na Reboleira, quase 11 meses depois da última presença no onze, e apresentou índices de eficácia semelhantes a Pepe. Deve ter sequência na Champions
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Foi com surpresa que o nome de David Carmo surgiu no onze inicial do FC Porto, anteontem, na partida com o Estrela da Amadora, mas era uma opção que há muito estava a ser testada no Olival, longe dos olhares, e que poderá ter sequência já na partida com o Shakhtar, na terça-feira. Com Iván Marcano lesionad, Carmo alimenta fortes esperanças de manter a vaga nas opções iniciais para na estreia portista na Liga dos Campeões 2023/24. Uma crença sustentada, sobretudo, na exibição que fez na Reboleira.
O central, contratado ao Braga no verão de 2022, não era titular às ordens de Sérgio Conceição desde 29 de outubro desse ano, ou seja, há praticamente 11 meses. Uma longa travessia no deserto, passível de gerar alguma desconfiança que o camisola 4 soube suplantar com distinção, fruto de exibição personalizada no eixo da linha de três defesas que o treinador dos azuis e brancos apresentou.
Aposta num sistema de três defesas beneficiou o ex-Braga, que atuou em posição central no trio. Capitão esteve imperial, mas David até foi mais certeiro no passe e perdeu menos bolas.
Ainda que mais discreto do que Pepe - que até fez o passe para Taremi no lance que resolveu a partida -, David Carmo não andou longe dos números dos camisola 3 do FC Porto. Recorrendo à plataforma "Wyscout", O JOGO recolheu os dados dos dois defesas: se Pepe foi bem-sucedido em 88 por cento dos duelos defensivos que disputou, Carmo venceu 71%; nas disputas aéreas, a eficácia do luso-brasileiro foi maior (três em quatro), mas o ex-Braga venceu, no total, mais um duelo de cabeça. Noutros itens, o capitão dos dragões acumulou nove interceções, 14 recuperações e seis alívios, contra sete, 13 e cinco de David, com o central mais jovem a sair por cima na percentagem de passes certos - 85% contra 69% - e nas perdas de bola: seis, metade das que Pepe contou.
Os índices apresentados traduzem em números uma versão segura de David Carmo e dão fôlego renovado à luta por um lugar no onze com Fábio Cardoso, que, na Amadora, não entrou sequer na ficha de jogo por opção técnica, de acordo com Conceição. É verdade que Carmo beneficiou da utilização do sistema de três defesas a que se habituou no Braga e não é de descartar que Sérgio volte ao tradicional 4x4x2 ante o Shakhtar, mas o defesa, de 24 anos, tem outro ponto a seu favor: é esquerdino, como o azarado Marcano. Tem a palavra o homem do leme azul e branco que terá apenas dois treinos para testar a nova conjugação defensiva que vai usar.
A primeira temporada foi tudo menos fácil
A primeira temporada de David Carmo no FC Porto foi tudo menos fácil e, depois de um período (entre setembro e outubro) como titular, pautado por alguma irregularidade, alinhou em apenas mais quatro partidas, duas delas pela equipa B.
Nas outras duas, entrou em aos... 89 minutos. Contudo, o central não baixou os braços e, durante as férias, apostou, à semelhança de outros companheiros, num plano de treino individual sob a vigilância de uma academia de alto rendimento. Agora, pode começar a colher os frutos...
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