Mama Baldé acredita que podia ter pegado de estaca nos leões, caso não tivesse sido envolvido no negócio com o Dijon que trouxe Rosier para Alvalade.
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Em entrevista a O JOGO, o internacional pela Guiné-Bissau também falou do momento atual do Sporting. A aposta recente do clube na formação é aplaudida, embora este a considere como "tardia" face aos talentos desaproveitados nas últimas temporadas que estão a brilhar com a camisola de outros clubes.
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No passado defeso mudou-se para o Dijon envolvido no negócio de Rosier. Sente que, caso tivesse ficado no Sporting, podia ser o atual titular?
-Tenho a certeza que agarrava o lugar no Sporting porque estava na melhor fase da minha carreira. Tinha a confiança nos píncaros e um jogador com confiança, que é a coisa mais importante no futebol, consegue tudo o que quer. Custou-me ser moeda de troca num dos melhores momentos de forma que tive, mas, agora, posso dizer que há males que vêm por bem. Se fosse por mim, ficava de certeza no Sporting, mas não me deram a oportunidade que eu merecia e aceitei sair. Felizmente estou a conseguir fazer o meu percurso.
Um ano antes tinha feito parte da equipa do Aves que venceu a Taça de Portugal frente ao Sporting. Após aquela exibição e, tendo em conta a turbulência no clube, pensou que tinha chegado o momento de singrar com o leão ao peito?
-O Sporting estava a passar um mau bocado e nós, no Aves, aproveitámos bastante bem essa oportunidade. Fizemos um bom jogo e, como toda a gente viu, fomos justos vencedores. Quando caiu a ficha achei que estava a chegar a minha oportunidade no Sporting, até porque se falava em rescisões na sequência do ataque à Academia e na possibilidade de um plantel diferente. Acabou por não ser o caso.
Alguém da estrutura leonina chegou a falar consigo e a prometer-lhe a integração na equipa?
-Para ser sincero, ninguém do Sporting me disse nada sobre o futuro no final da época. Só mais tarde é que fiquei a saber pelo meu empresário que não ia ficar e tratei de arranjar outra solução. Voltar ao Aves acabou por ser uma solução natural. Já lá tinha estado e as pessoas da vila, os colegas e o staff já me conheciam... Não fazia sentido nenhum começar do zero. Isso foi muito importante para superar o facto de não ficar no Sporting. Não me arrependo de ter voltado, porque fiz um bom campeonato e não descemos.
"Estava a render bem a extremo, mas não teria problemas em recuar para lateral no Sporting"
Nos empréstimos ao Aves acabou por fixar-se como extremo. Aceitaria voltar ao Sporting para desempenhar o papel de lateral?
- Penso que esse assunto não me prejudicou na missão de regressar ao Sporting. Fiz a minha formação no clube e acredito que sabiam perfeitamente a posição onde podia render mais. É verdade que estava a render muito a extremo, mas não teria problemas nenhuns em recuar no terreno e ser lateral. Se anteriormente já o tinha feito não me iria fazer confusão, até porque o meu objetivo é sempre jogar o máximo de jogos possível.
Como vê a recente aposta da Direção liderada por Frederico Varandas na prata da casa?
-Acho que a decisão do Sporting em promover tantos jovens à equipa principal está a ser correta, embora pudessem ter começado mais cedo. Isto porque os jogadores que saíram da formação nos últimos anos estão todos a ter sucesso em outros clubes. Acho que perderam uma boa oportunidade nesse capítulo. Se o clube conseguir aproveitar a qualidade desta nova fornada, pode voltar a fazer coisas engraçadas com a formação e isso seria bom para o Sporting.