Competições de formação paradas: "Consequências são gravosas a todos os níveis"

José Couceiro, Diretor Técnico Nacional da FPF
Pedro Rocha / Global Imagens
José Couceiro, Diretor Técnico Nacional da FPF, aponta papel do desporto no desenvolvimento de crianças e adolescentes, mas alerta para a necessidade de se evitarem precipitações.
"A atividade física e o desporto são fundamentais para o desenvolvimento das nossas crianças e adolescentes", começa por referir José Couceiro a O JOGO, quando confrontado com o impacto que poderá ter a presente paragem competitiva nos atletas dos escalões de formação.
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"Naturalmente, não havendo atividade desportiva, estamos a limitar o seu desenvolvimento e as consequências são gravosas a todos os níveis. É urgente pensar de uma forma global e estruturada e encontrar soluções", prossegue o Diretor Técnico Nacional da Federação Portuguesa de Futebol, que recorre a uma frase do conhecido investigador da Faculdade de Motricidade Humana, e que há mais de 40 anos trabalha com crianças, para ilustrar os riscos da situação atual:
"Parafraseando o professor Carlos Neto, uma das maiores sumidades em motricidade, sem desporto, corremos o risco de estarmos a criar um grupo de totós. Acresce que o investimento no desporto e na atividade física reduz a despesa do Serviço Nacional de Saúde", lembra.
"A retoma não conduz ao regresso imediato da competição. É preciso dar tempo ao treino e à preparação das equipas, que neste momento não treinam em conjunto"
José Couceiro refere que na FPF estão "preparados para o regresso da atividade", mas lembra que autorização para competir e regresso da competição não são bem sinónimos. "A solução a apresentar terá sempre de ter em conta o tempo que haverá disponível até ao final da época. Há que levar em consideração que a retoma não conduz ao regresso imediato da competição. É preciso dar tempo ao treino e à preparação das equipas que, neste momento, não treinam em conjunto. Só depois a retoma competitiva será viável", alerta o DTN, acrescentando que isso "inevitavelmente, implicará alterações no modelo competitivo".
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