
Mais de três mil árbitros sem evoluir em contexto de jogo face à paragem dos escalões de formação.
Os escalões mais jovens contribuem para uma boa parte das receitas dos clubes e associações.
Com as competições paradas, há menos 121 mil jovens a treinar, menos treinadores no ativo e mais de três mil árbitros sem evoluir em contexto de jogo... Uma bola de neve que afeta a saúde dos atletas e atira o setor para o abismo.
O regresso das competições é também a maior preocupação da Associação Nacional de Treinadores (ANTF). "A paragem tem impacto na carreira de treinador, mas o mais importante é a carreira das crianças. Esta geração terá muita dificuldade para recuperar, porque há coisas que se fazem agora e nunca mais se poderão fazer", afirma José Pereira, presidente da associação.
Nefasto será igualmente para a carreira dos árbitros. Neste momento, serão mais de três mil os juízes de campo sem jogos, gerando perdas de receitas inesperadas e, acima de tudo, "pode fazer com que haja muita dificuldade em ter árbitros quando a competição voltar", antevê Luciano Gonçalves, presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol. A retenção dos árbitros mais jovens, "na fase dos 17 e 18 anos", será o "calcanhar de Aquiles" por precisarem de acompanhamento para evoluírem e ascenderem a outros patamares, por lhes faltar a componente prática. "Tal como os jogadores evoluem muito com o treino, a principal formação do árbitro é em contexto de jogo", lembra.
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