César Peixoto: "Se desse, queria lutar para ser campeão, mas não é possível"

Gil Vicente: “É um jogo diferente, uma competição diferente, sabemos que tem de ficar resolvido amanhã [domingo]. Sabemos também que vamos encontrar uma boa equipa, já jogámos para o campeonato e foi muito difícil. É uma equipa com muitos bons jogadores, bem organizada, que gosta de jogar, por isso sabemos que vamos ter muita dificuldade. Mas a equipa está confiante, acredita no processo, acredita no trabalho que fazemos. A semana correu muito bem, a equipa a ganhar e a crescer em alguns aspetos que nós precisávamos de melhorar. A equipa estará preparada para fazer um bom jogo, sendo que são equipas equilibradas em termos de qualidade. É um jogo incerto, diria, mas nós temos sempre a ambição de passar.”

Jogos com FC Porto e Gil Vicente são jogos-chave para tirar ilações para este? “Não, nós trabalhámos muito na base do que foi o último jogo, do que nós temos de melhorar enquanto equipa através da observação do último jogo, do que nós vemos na nossa equipa para crescer também e depois em função do adversário, estrategicamente, o que é que nós precisamos de trabalhar. Foi uma semana em que nos focámos muito em nós, nos aspetos sobretudo com bola, de saber gerir o jogo com bola, saber ter capacidade de ter bola quando estamos em vantagem. Está a faltar-nos, aqui ou ali, quando fazemos golo, a equipa ter essa capacidade de gerir o jogo com bola e fomos trabalhando muito nesses aspetos, também olhando para o adversário, que nos vai criar imensas dificuldades. Mas sobretudo acho que o processo não se faz por dois jogos que nós fizemos, acho que se vai construindo desde a pré-época e vamos limando aqui ou ali em função das semanas, em função do adversário, em função do jogo anterior e vamos tentando perceber o que é que a equipa precisa neste momento de voltar a relembrar, voltar a trabalhar para crescer e ser mais compacta e coesa para nós conseguirmos levar de vencido este Gil Vicente, que é, volto a dizer, uma excelente equipa.”

Gosta mais de defrontar equipas que jogam olhos nos olhos? “Eu pessoalmente sim, olho o futebol também dessa forma. É normal, quando jogamos contra uma equipa que também quer jogar, que o jogo seja dividido, nós não vamos dominar o durante 90 minutos. Mas o jogo pode-se dominar de várias maneiras, com bola ou sem bola. O Gil Vicente vai querer ter bola também, nós vamos querer ter bola apesar de jogarmos fora e é natural que haja mais espaço e um jogo mais bonito, com mais golos ou com mais oportunidades, com outro tipo de interesse. A dificuldade que existe quando jogamos com uma equipa mais fechada é que há menos espaço, há menos espaço nas costas, normalmente, ou mesmo entre linhas, quando num 5-4-1 é mais difícil para nós, para nós e para qualquer equipa. Acho que se perspetiva um bom jogo de duas boas equipas que têm como característica querer jogar, ter jogadores com capacidade para o fazer também. Eu prefiro jogar o jogo olhos nos olhos, olhar sempre para a frente e ter um adversário que também queira o mesmo, eu acho que o espetáculo só sai a ganhar, as pessoas que vão ao estádio saem a ganhar. Por isso, acho que vai ser um bom jogo, sinceramente, bem praticado por bons jogadores. Prefiro jogar contra este tipo de equipas, e os jogadores com certeza também, do que jogar contra uma equipa fechada, para sair em transição. Cada um luta com as suas armas e nada contra, mas eu prefiro, realmente, sim, jogar um jogo mais olhos nos olhos.” 

Vitória pode catapultar a equipa para a segunda volta do campeonato? “Sim, as vitórias são sempre importantes. Eu acho que nós temos de olhar e ver o copo meio cheio, ou seja, acho que nós fizemos uma boa primeira volta, estamos a três pontos do sexto lugar. É verdade que nos últimos dois jogos para o campeonato tivemos dois empates, mas o Moreirense não vai ganhar os jogos todos, se não lutava para ser campeão e isso não é possível, infelizmente. Se desse, queria, mas não é possível. Por isso, as vitórias trazem confiança, trazem moral, individualmente e coletivamente a equipa anda mais alegre, é mais fácil de trabalhar. Eu sei que isto é um chavão, mas é mesmo assim, porque os primeiros a ficar tristes e frustrados quando não ganhamos são os jogadores, são eles que andam lá a correr durante a semana toda. A equipa trabalha muito, quando chega ao jogo trabalha e é uma equipa que nunca vira a cara à luta. Quando as coisas não acontecem, quando não ganham os três pontos, é normal que a frustração seja grande, mas depois reagem. É uma equipa que reage muito bem às adversidades, por isso é que já várias vezes demos a volta a alguns resultados. Temos essa capacidade, temos esse poder dentro de portas, mas por isso uma vitória vai dar-nos a tranquilidade e a confiança para começarmos a segunda volta da mesma forma que começamos a primeira: com confiança, depois de uma vitória. Depois vamos encontrar aqui um jogo também difícil, mas disso teremos tempo para falar.  É importante, é uma competição diferente, passar mais uma eliminatória para nós é sempre bom. Quem passar já sabe que a seguir tem o Sporting, é mais um grande e este ano nós estamos constantemente a jogar contra equipas grandes. É o que é, é sinal do crescimento do clube, dos jogadores, que estão em várias competições. Nós queremos é jogar contra boas equipas, como é o Gil Vicente e, se conseguimos passar, posteriormente contra o Sporting. É sempre importante vencer, independentemente da competição, o nível de confiança aumenta sempre.”

Adeptos: “Os adeptos têm sido importantes para nós, temos tido bastante gente aqui. Também volto a dizer, temos tido muitos jogos grandes e isso também atrai as pessoas. As coisas têm-nos corrido bem contra os grandes, também é importante para isso. É importante que os adeptos do Moreirense acreditem nesta equipa, nestes jogadores, que fizeram uma boa primeira volta, fizeram também uma grande época no ano passado. Venham ao jogo, acreditem, nós vamos lá para tentar lutar pela eliminatória, sabendo que vamos ter uma equipa difícil, mas que deixaremos tudo em campo para passar.”