Entrevista de Celton Biai à comunicação do V. Guimarães
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O salto dos sub-21 para a Seleção Nacional: "Se me dissessem que isso poderia acontecer duas semanas antes, não acreditaria. Nem eu, nem mais ninguém. Foi uma boa experiência e espero repeti-la. Como muitos dizem, o que é realmente difícil é mantermo-nos por lá, mas isso só me dá força e motivação para trabalhar. Quero voltar lá [à Seleção Nacional] e manter-me."
A comunicação de Rui Jorge: "Fui chamado pelo mister Rui Jorge quando nos preparávamos para almoçar. Disse-me o seguinte: "Celton, vais ter de ir para baixo [os sub-21 estavam concentrados na Póvoa de Varzim], para Lisboa. Vais ter de ir para a equipa A porque aconteceu lá uma coisa, não sei bem o quê". Naquele momento, até pensei que estava a brincar porque eu tinha treinado, de facto, com a Seleção Nacional. Ainda lhe perguntei se estava a falar a sério e o mister respondeu assim: "sim, estou a falar a sério. Eles gostam que tu faças viagens". Disse isso meio a brincar e, naturalmente, não caí logo em mim. Quando me apresentei na Seleção principal, explicaram-me que alguém se tinha lesionado e que me chamaram por opção do selecionador... e naquele momento tudo me veio à cabeça. Eu tinha muita vontade de chegar à Seleção Nacional. Numa fase menos boa da minha vida, cheguei a ter muitas dúvidas, cheguei a pensar que se calhar não seria capaz de voltar a representar Portugal, mesmo em escalões inferiores. A verdade é que alcancei esse objetivo. É sinal de que o meu esforço e o meu trabalho começam a ser reconhecidos."
A experiência na seleção A: "É outro nível. Custa encontrar palavras para descrever uma experiência dessas. Deu para perceber melhor aquilo em que ainda devo melhorar. Percebi também que, para estar ao nível deles, tenho de trabalhar imenso."
Chamada especial: "Mal soube que tinha sido convocado para os dois jogos de Portugal, liguei ao meu irmão. Ele também não acreditou de início, depois emocionou-se e até chorou. Disse-me que estava muito contente por mim e que o nosso pai, que infelizmente já não está entre nós, também estaria orgulhoso do meu trajeto. Disse-me para aproveitar ao máximo essa oportunidade. Também jogou futebol, mas não chegou a ser profissional. Toda a minha família tem ligação ao futebol, fui influenciado pelos meus irmãos e pelas minhas irmãs. Todos jogaram futebol."
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