João Caiado deu a primeira vitória ao Länk Vilaverdense na Liga 3. Entrou aos 76 minutos e decidiu o jogo aos 90"+1".
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João Caiado não marcava desde janeiro de 2020, mas em boa hora reencontrou-se com a eficácia. Lançado aos 76" da partida frente ao Braga B, o médio, 23 anos, emprestado pelo Gil Vicente, fez um golo com nota artística em bela jogada individual, dando o primeiro triunfo de sempre do Länk Vilaverdense na Liga 3. Disse a O JOGO que quer acumular "minutos e experiência" nesta cedência para poder "voltar a dar o salto". A irmã é jovem promessa do Sporting, e não se "importa nada" se esta fizer uma carreira com maior projeção.
Quando se entra aos 76", ainda se vai com a expectativa de decidir um jogo que está 0-0?
-Todos os jogadores entram com essa intenção. A verdade é que estava um jogo muito partido e sentia-se que uma das equipas podia marcar. Nós estávamos por cima, entrei fresco e consegui ajudar.
Ajudou e com um grande golo. Descreva-nos a forma como tirou o defesa da frente antes de finalizar...
-Foi um passe longo do central, o Zé Pedro ganha o duelo aéreo e, quando cheguei ao pé do defesa do Braga, a bola prendeu e voltou para trás. Tentei, por instinto, fazer-lhe um chapéu e fiz golo. Foi um golo bastante bom.
Já não marcava há algum tempo [desde janeiro de 2020, nos sub-23 do Famalicão]. Ainda se lembra de quando tinha sido a última vez?
-Foi nos sub-23 do Famalicão. Marcar é importante, mas acima de tudo está a vitória da equipa. Às vezes não marco, mas também posso assistir e isso é tão ou mais importante. Obviamente que estou muito feliz por ter ajudado a equipa. No balneário estavam a chamar-me homem-golo [risos].
Mudou-se de Viseu para o Benfica quando era sub-12. Como foi a adaptação?
-Estive dois anos na Casa do Benfica de Viseu. O Benfica convidou-me, mais tarde, aceitei e fiz parte da geração de 1999 com uma equipa bastante competitiva. Fomos campeões duas ou três vezes e vencemos vários torneios. Na altura, não fiquei no Seixal e fui morar com uns tios que residem em Lisboa. Por isso, a adaptação aconteceu num meio familiar.
Nessa geração tinha Florentino Luís, Gedson, Jota... quem mais se destacava?
-O Jota decidia jogos sozinho. Não falo muito com eles, mas quando jogamos uns contra os outros metemos a conversa em dia.
O que o levou a sair do Benfica?
-Saí do Benfica para conciliar melhor o futebol com a escola e não me arrependo de nada.
Em 2018 vai para o Wolverhampton e voltou um ano depois para reforçar o Famalicão, sendo apresentado no mesmo dia do Pedro Gonçalves. Adivinhava-lhe um trajeto como o que ele tem feito?
-Sinceramente, acreditava, porque ele tem muita qualidade. Mesmo se não aparecer muito no jogo, pode decidir. Ajudou-me bastante e vamos falando ocasionalmente.
Na época passada, apesar de ter jogado pouco [dois encontros efetuados], fez parte de um ano histórico para o Gil Vicente... mas soube-lhe a pouco por não ter tido muitos minutos?
-Foi uma época memorável. Fizemos história e, quando as coisas estão bem, não se muda muito. O que interessa é o objetivo da equipa, que foi cumprido. Era um plantel bastante unido, dos melhores que já apanhei
Este empréstimo é a melhor decisão para voltar a ter competição?
-Será melhor, porque me permitirá ganhar minutos e experiência numa liga que é extremamente competitiva e que tem permitido a que vários jogadores deem o salto
O Länk Vilaverdense é um estreante na prova. Qual é o objetivo?
-Queremos fazer o melhor em todos os jogos, numa liga que, como referi, é muito competitiva.
Até onde ambiciona chegar, na carreira?
-Quero colocar o Länk a ganhar jogos e espero poder acumular minutos, golos e experiência para poder alcançar outros patamares.
A sua irmã, Joana Caiado, joga no Sporting e é uma das jovens promessas do futebol feminino. É uma paixão que vem desde miúdos?
-Jogámos juntos desde pequeninos. Sei que ela quis seguir os meus passos e fico imensamente feliz com isso.
Por ser mulher, pensa que ela teve de batalhar mais até chegar a este patamar?
-A minha família sempre a apoiou e ajudou no que foi preciso. Quando ela vem ao norte, vou ver os jogos dela e sinto que tem tido bastante apoio.
Quem irá fazer a melhor carreira, o João ou a Joana?
-Só o tempo o dirá, mas se for a Joana a ir mais longe, não me importo nada.
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