Casillas abordou a relação com Sérgio Conceição e o futuro fora das quatro linhas.
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Iker Casillas não poupou elogios a Sérgio Conceição, traçando o perfil do treinador do FC Porto. Entre a exigência, a intensidade, o rigor e a "cadeia" no FC Porto, o guarda-redes espanhol abriu o livro em entrevista ao Expresso.
"Sérgio é um treinador exigente, muito exigente. Quer o melhor dos seus jogadores, quer que deem 100 por cento, ou melhor, 120 por cento, porque estamos num clube que exige. As 50 mil pessoas que enchem o estádio exigem que o clube seja campeão, então, a cadeia é simples: os adeptos exigem ao presidente, ele coloca um treinador, exige-lhe o melhor para as pessoas, e o treinador, por sua vez, exige aos jogadores que deem 120 por cento no campo. As coisas podem sair mal ou bem, mas tens o estímulo de tentar fazer as coisas como ele quer. Parece-me bem", afirmou.
O cuidado com o peso exigido pelo treinador dos dragões é também um fator que agrada ao espanhol. "O mister Sérgio é uma pessoa muito disciplinada com o rigor, o tema do peso e a alimentação, e acabas por te habituar ao que o treinador quer. E a verdade é que, neste quase dois anos - e não que Nuno, Lopetegui, Rui Barros ou José Peseiro não o sejam - em que coincido com Sérgio Conceição, a mim, que tenho 37 anos, beneficiou-me ter um treinador que exige que tenhas um peso e uma alimentação, porque controlo mais o meu físico", atirou.
O futuro fora das quatro linhas foi também abordado por Casillas, que confessou ver-se no papel de treinador. "Vais pensando no que pode acontecer dentro de alguns anos, é a lei da vida. Não me restam 10 anos de futebol, acho que não posso jogar até aos 47. Quando tinha 17 anos achava que ia jogar até aos 27, e depois até aos 32. Agora, com 37, estou mais próximo de retirar-me do que de continuar a jogar. Tenho é que desfrutar do tempo em que ainda vou aqui estar", começou por dizer.
"Treinador de guarda-redes? Hum, não. Se queres ser treinador, então não deves só treinar os guarda-redes. Tens que lidar e passar o teu conhecimento a todos os jogadores. No meu caso, tive a sorte de, emocionalmente, ter vivido muito e seria bom transmiti-lo a todos os jogadores", confessou.