Declarações de Carlos Carvalhal, treinador do Braga, na antevisão do jogo com o Moreirense, no domingo, às 20h30, no Estádio Municipal de Braga
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Densidade de jogos obriga a gestão mais rigorosa? “É uma realidade, uma constatação. Jogamos contra equipas que preparam uma semana inteira o seu jogo, mas estas são as chamadas de dores de crescimento. Nós estamos no Braga, sabíamos de antemão que isto iria acontecer e, em função das responsabilidades que criámos ao passar a equipa suíça na última eliminatória, já sabemos que vamos continuar nas competições europeias e vamos, obviamente, continuar na Liga Europa, mas temos a certeza absoluta de que vamos continuar nas competições europeias. É um dado acrescido de dificuldade, ao mesmo tempo, um desafio. É um desafio, obviamente, que nós estamos habituados, os jogadores também já têm essa habitação, alguns deles não. Mas é uma situação que temos que lidar, e vamos, com certeza, encontrar as melhores soluções dentro do plantel e tentar equilibrá-lo, quando recomeçar, depois da paragem, estejamos aptos a fazer uma rotatividade ainda mais eficiente do que a que podemos fazer neste momento. Podemos fazê-la, mas vamos fazê-la com uma rotatividade mais eficiente, com certeza, a partir dessa altura, porque o mercado está aberto, as entradas e as saídas até o dia 2 de setembro. Mas, neste momento, aquilo que me oferece dizer é que, com os jogadores que temos, com a atitude que os jogadores têm demonstrado, vamos estar preparadíssimos para o jogo da manhã e vamos responder bem e vamos lutar arduamente pelos três pontos.”
Jogo com o Moreirense vem na melhor altura, considerando a importância da deslocação a Viena? "Ora bem, isso é uma boa questão, mas não é bem assim. Muitas vezes importa jogar contra adversários que estão moralizados, que não perderam, para ter a motivação de os conseguir derrotar. Isto também são motivações. Infelizmente o Braga no jogo-treino perdeu com a equipa do Moreirense. Tudo isto são motivações para conseguir fazer melhor. É sempre uma faca de dois gumes. Às vezes, são equipas que não estão tão moralizadas e chegam e criam dificuldades, porque há alguma sobranceria das outras equipas. Outras vezes, esta dificuldade acrescida motiva ainda mais e é nisso que vamos apostar. Estamos altamente motivados para o jogo, por isso eu disse também que é importante a massa associativa, porque nós precisamos de energia extra e precisamos que eles nos empurrem para a vitória e vamos com certeza ter uma noite à Braga amanhã, e temos a convicção que os nossos jogadores estão determinados a fazer isso.”
Sensação na estreia na Pedreira: “ Muito agradado com a forma como fui recebido. Na altura não verifiquei que eram meus vizinhos que colocaram uma placa a dar-me boas-vindas, mas depois vi quem eram e fiquei extremamente contente e nem lhes agradeci de uma forma mais particular essa receção. Também senti, quando entrei aqui (a gente sente isso no olhar das pessoas) que fomos extremamente bem recebidos e isso significa que no período em que estivemos cá naqueles dois anos, tratámos muito bem as pessoas e não me estou a referir só aos jogadores, porque os jogadores até são poucos, mas o pessoal do staff, os de segurança, o pessoal da relva, o pessoal da rouparia, o pessoal do departamento médico, nós fomos extremamente bem recebidos e obviamente que isso é bom, sentimo-nos literalmente em casa. Aliás, eu diria que a minha casa é esta porque passo mais tempo aqui dentro do que na minha, que está a cinco minutos.”
Por que faz apenas poucas substituições por jogo? “Boa questão, porque tenho aqui uma particularidade... Entrei há pouco tempo e não conheço em profundidade os jogadores, exceto os que já conhecia e da análise que fiz, pelo que é natural que, quando tenha que fazer uma opção, vá pelo que conheço melhor e opte pelo André Horta ou pelo Gorby. Com a importância dos jogos que temos tido e pelos resultados muito apertados, não tem dado para me expandir muito mais. Vou pelo que é mais seguro, mas não é por falta de confiança nos jogadoresis."
Muitas lesões musculares: “Lesões musculares têm sempre uma causa. Normalmente, não temos muitas lesões musculares ao longo do nosso percurso como treinadores. Haverá com certeza razões, mas vamos analisar isso mais profundamente e perceber a causa dessas lesões. Uma das situações, sim, é a densidade competitiva, mas a densidade competitiva não explica tudo. Mas vamos procurar junto do departamento médico perceber porque é que isto acontece... não estou a sacudir a água do capote. Eu assumo totalmente a responsabilidade de tudo. Mas a realidade é que estamos a jogar num ciclo de jogos muito curto e não tivemos nenhum treino aquisitivo a não ser com os jogadores que não jogavam. Acima de tudo, perceber o treino, perceber os jogos, a alimentação, a recuperação. Há aqui um conjunto de diferentes fatores que podem influenciar. Às vezes a mudança pode ser perfeitamente explicável, os jogadores jogam num determinado registo com um treinador e mudam de treinador que tem requisitos diferentes para alguma forma de jogar diferente. A exigência é diferente não é melhor nem pior, é diferente e pode depois acarretar lesões musculares aos jogadores ao pedir coisas que eles já não estavam a fazer; isto é uma das possíveis causas. Tenho que considerar, em particular no nosso processo, é altamente anormal o que está a acontecer mas temos de lidar com isto mais uma vez com as circunstâncias do trajeto muito rápido de uma intensidade competitiva muito grande.”