Declarações de Carlos Carvalhal após o Benfica-Braga (3-0), meia-final da Taça da Liga
Corpo do artigo
A vitória na Luz e a derrota em Leiria: "Explica-se... Olhe, explica-se com factos: duas faltas ao fim de 45 minutos, numa meia final de uma Taça da Liga. E se calhar na segunda parte, não vi as faltas, mas terão sido umas três, quatro, por aí. Não é possível, isso é um sintoma de falta de agressividade da nossa equipa. Chegávamos sempre tarde, dividimos muito mal as bolas. Ao contrário do último jogo, em que ganhámos sempre as primeiras e as segundas bolas... Aliás, ganhámos 90% e tal, 95% das bolas. E entre a primeira e a segunda bola, ganhámos as bolas quase todas. Hoje foi ao contrário, se calhar se ganhámos uma ou duas, se é que ganhámos.... Essa falta de agressividade, aliada ao facto do Benfica estar ferrado, como nós estávamos também no jogo passado... O Benfica chegou a 1-0, 2-0 logo a seguir, o que acabou por ser um duro golpe. Mas ainda conseguimos chegar à frente, estávamos a tentar explorar um bocadinho as situações de transição, mas a falta de agressividade, de qualquer das formas, ia levar-nos a perder este jogo. Temos de ser mais agressivos dentro do bloco e não podemos fazer uma meia-final de uma Taça da Liga e chegar ao intervalo com duas faltas, não pode ser..."
O peso do 2-0: "Jogámos contra uma grande equipa e sabíamos que íamos ter uma tarefa muito difícil hoje. Mas o segundo golo... Pronto, nós temos que falar, temos que corrigir, temos que corrigir coisas, mas não é aceitável, nós não podemos sofrer o segundo de golo da forma que sofremos. Mas também, sinceramente, não vou estar a carregar em cima da equipa, porque já o fiz várias vezes. Eu também tenho que, no fundo, levantar os jogadores, tentar entendê-los, tentar compreender. Eles fizeram um jogo extraordinário no sábado e hoje as coisas não saíram bem. Não fomos intensos, não fomos agressivos, não definimos bem dentro do bloco onde deveríamos ter sido agressivos, de aproximações ao adversário, em ganhar bolas divididas, perdemos tudo. E uma bola perdida aqui, uma bola perdida ali, com a capacidade dos jogadores do Benfica para chegar entre linhas e para chegar à zona final. Se nós não os travámos à frente, um pouco mais à frente, depois torna-se muito difícil. Vitória inteiramente justa do Benfica."
Equipa tão diferente: "Eu, desde o primeiro dia, que disse que o meu trabalho não ia ser fácil, que tinha consciência que o meu trabalho ia ser difícil. Se calhar não esperava que fosse assim tão difícil. A realidade é que nós chegámos a janeiro numa época que não tem sido fácil a todos os níveis, a todos os níveis, ou ao nível da tal estabilização. Chegámos às decisões todas, também temos o mérito de conseguirmos chegar a esta meia-final. Obviamente que queríamos mais, queríamos, éramos os detentores do troféu, portanto queríamos revalidar o troféu. Chegámos às decisões, vamos ter mais decisões ainda este mês. Tentar que a equipa possa progredir, é aquilo que eu tenho que fazer. No fundo levámos um tropeção muitas vezes inexplicável. O mais difícil está a ser, sem dúvida, estabilizá-la, mas o trabalho é difícil e se calhar se não fosse difícil também não era para mim ou para a minha equipa técnica."
A expulsão do Jónatas: "Ele já tinha feito a sua estreia num jogo da Taça Portugal, já é o segundo jogo... Ele tem apenas 19 anos, mas é um valor do nosso clube. Aquilo que eu lhe disse, disse-lhe há pouco, ele estava a chorar no balneário. Disse-lhe 'olha, não te quero ver a chorar, quero-te ver a chorar por termos perdido, não te quero ver a chorar por teres sido expulso. Obviamente que não lhe faltarão oportunidades, vai ter muitas oportunidades com certeza, porque ele tem um futuro brilhante pela frente".