Declarações de Carlos Carvalhal, treinador do Braga, em antevisão ao jogo com o Farense, a contar para a nona jornada da Liga.
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Como é que olha para o Farense: "Antes de responder, gostava de lançar um repto do grupo de trabalho aos associados que amanhã vêm ver o jogo. Dizer que a equipa tem mostrado aqui ou ali alguma imaturidade. Sentiu muito, no último jogo, a injustiça no resultado, porque a equipa fez mais do que o suficiente para o ganhar. Está com muita vontade de reagir, alguns dos nossos jogadores têm 18/19 anos e coloquem-se na pele de um jogador de 18/19 anos ou quando toda a gente tinha essa idade. Todos nós gostaríamos de ter um contexto altamente favorável, de uma tarde à Braga, que a massa associativa esteja em comunhão com os jogadores, porque a equipa está com muita vontade de retribuir e de fazer um bom jogo. No final, se eventualmente as pessoas não gostarem do que viram, manifestarem-se. Estamos numa fase importante da época, precisamos de muita confiança. Queremos atacar as competições todas em força e há muita vontade de ir para a frente. Quanto ao Farense, é um jogo de campeonato, não há jogos fáceis. Uma equipa que mudou de treinador, vem de três resultados positivos. A palavra de ordem é foco e confiança. É isso que temos de demonstrar amanhã do primeiro ao último minuto".
Como está a equipa depois da intervenção do presidente: "Não vou responder sobre coisas internas do clube. O que posso dizer é que a equipa sentiu a derrota e a injustiça do resultado e pelos acontecimentos que levaram a essa derrota. Estamos a falar de pormenores, quando nos pormaiores a equipa fez de tudo para ganhar o jogo. O Braga teve 20 oportunidades e estamos a falar de um jogo em que em inferioridade numérica tivemos quatro oportunidades claras de golo. A equipa fez muito para vencer o jogo mas não o suficiente porque cometeu erros. E esses erros têm de ser colmatados e a equipa sentiu muito a injustiça do resultado. O Farense tem características diferentes e meter os onzes jogadores que estão melhores para vencerem o jogo".
Se o que tem faltado é jogadores experientes estarem num melhor nível: "Tenho falado da juventude mas a maturidade e a imaturidade não tem que ver com juventude. Há miúdos com 18 anos que são maduros e pessoas ou jogadores com 28 anos que são altamente imaturas. No geral todos os jogadores podem fazer ainda melhor. O Ricardo Horta não tem feito golos mas é um exemplo de entrega, que sempre que termina o jogo, é o que mais corre. Dá muito à equipa e acho que é uma questão de confiança para fazer golos. Podemos falar um pouco de desconfiança em relação ao golo, porque ele tem o golo sempre presente e não o tem feito mas acredito piamente que amanhã vamos ter um Ricardo confiante e a meter a bola na baliza".
Se sente a falta de alguma atitude: "A equipa é muito jovem e tem jogadores que não conhecem bem o campeonato. Não são só os avançados. O onze base que jogou na última jornada, assumimos que era um jogo de uma responsabilidade acrescida e precisávamos de jogadores o mais batido possível apesar de considerarmos que nem todos estavam ainda a 100 por cento para fazer os 90 minutos, como o João Moutinho ou o Zalazar. E jogámos com o onze mais experiente mas esse não tem sido o onze base. Mas não é desculpa. A questão da atitude... se for falar sobre isso vou falar do jogo do Olympiacos, em que a atitude competitiva não foi a melhor. Neste último jogo e no jogo com o FC Porto não teve nada que ver com atitude. Estes jogos, tal como o do Vitória de Guimarães, tiveram acontecimentos que marcaram o jogo e são situações que é mais complexo do que a atitude, que é o foco. O foco profissional, o foco atencional. São situações muito particulares, é difícil trabalhar isso. Temos de acabar com essas situações e nada melhor do que fazer um ponto de partida e com mais foco e entreajuda entre os jogadores vamos dar uma boa resposta".
Se não acha que Zalazar deve jogar mais à frente no terreno: "O jogo tinha dois momentos importantes. Quando tínhamos a bola, tínhamos de circular a bola à largura, que foi isso que fizemos. Constrangemos muito o adversário e tivemos oportunidades de golo e havia outro jogo que era a excelente dinâmica ofensiva do adversário, que é muito difícil de anular. Para anular, eles jogam num 1x2 no meio campo e os dois jogadores do meio-campo estavam no campo de ação do Zalazar e do Moutinho. Temos duas hipóteses, podemos meter dois trincos, ou metemos um jogador como o Moutinho e o Zalazar, que cumprem a sua parte defensiva e o Zalazar avança uma linha na parte ofensiva. O que se exigiu, foi isto. Sem bola, bloquearem os dois médios de segunda linha, que fizera muito bem. E quando tínhamos bola, criar situações de perigo, que foi isso que fizemos".