Portugal fora da final do lançamento do peso: "O corpo parecia que não reagia"
Seleção Nacional sem representantes na final do lançamento do peso
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Eliana Bandeira, Jessica Inchude e Auriol Dongmo foram eliminadas este sábado na qualificação do lançamento do peso dos Mundiais de atletismo Tóquio'2025, deixando a final sem atletas portuguesas.
Eliana Bandeira, de 29 anos, subiu do 21.º lugar em Budapeste para o 17.º, com 17,75 metros, mas não conseguiu avançar para a final, marcada para hoje, às 19h54 locais (11h54 em Portugal continental).
Jessica Inchude, da mesma idade, ficou na posição imediatamente a seguir, no 18.º posto, com um arremesso a 17,69 metros, enquanto Auriol Dongmo não foi além dos 17,53, que lhe valeram o 20.º lugar.
"Passei uma época um bocado difícil, mas esperava, pelo menos, chegar à final. Há coisas que não se conseguem explicar. O corpo parecia que não reagia, tentei tudo, mas não consegui. Talvez tenha sido só um dia mau. Saio um pouco desanimada", lamentou Auriol Dongmo.
A recordista nacional, com os 20,43 metros que lhe valeram o título de campeã do mundo em pista coberta em Belgrado'2022, não conseguiu melhorar os 17,53 do melhor arremesso no Estádio Nacional do Japão, onde, em 2021, foi quarta nos Jogos Olímpicos Tóquio'2020, prosseguindo o concurso com um nulo e um lançamento a 17,37.
A lançadora do Sporting assinalou a exceção que foi, aos 35 anos, ficar fora de uma final, tal como em Pequim'2015, ainda como camaronesa, antes de ter sido a melhor representante lusa em Budapeste'2023, com o quarto lugar, melhorando uma posição relativamente a Oregon'2022.
Também a companheira de clube Jessica Inchude conseguiu a melhor marca no primeiro ensaio, a 17,69, sentindo, no último (17,14) as consequências de ter arriscado no segundo (17,04), distante do melhor registo pessoal de sempre (19,21, já este ano).
"Até estava confiante que conseguiria passar à final, apesar de saber que não estou a 100%. Fiz os possíveis para conseguir, pelo menos, os 18 metros. Fiquei pelos 17,69. Dei tudo nesse ensaio e, depois, tentei arriscar mais, mas acho que aleijei ainda mais a mão do que já estava, com as consequências que isso tem psicologicamente, também", reconheceu Inchude.
A lançadora leonina, de 29 anos, oitava nos Jogos Olímpicos Paris'2024, tentava chegar pela primeira vez a uma final de uns Mundiais, depois de se ter quedado pela qualificação em Londres'2017, ainda como guineense, e em Oregon'2022 e Budapeste'2023, já com as cores nacionais.
A portuguesa mais bem classificada foi Eliana Bandeira, 15.ª nos Jogos Olímpicos Paris'2024, com três lançamentos próximos, terminando com a marca do primeiro a 17,75.
"Tenho de estar agradecida por estar aqui a tentar fazer dar certo. Esta época foi muito desafiadora e ter chegado aqui e dado o meu melhor deixa-me contente", referiu a lançadora, que não conseguiu repetir a final dos Mundiais em pista coberta Glasgow'2024, onde foi 12.ª.
Eliana Bandeira, de 29 anos, agradeceu o apoio recebido e explicou que a estratégia passou por tentar o melhor lançamento possível, e que não conseguiu melhorar, com os 17,47 e 17,65 com que fechou o concurso.
"Esta época tentei fazer o meu melhor lançamento sempre no primeiro lançamento em todas as competições. Aqui também foi e foi na média do que tenho feito, que tem sido 18,35. Eu queria ter passado os 18, para manter essa constância, mas as sensações foram boas, queria mais, queria lutar por uma final, mas infelizmente não se concretizou", explicou
A lançadora, que tem como recorde pessoal 18,49, lamentou ainda ter ficado fora do top 16 por dois centímetros.
"O meu segundo objetivo era ficar como semifinalista, mas, por um lugar, por centímetros, não foi possível. Mesmo assim, tenho de estar agradecida por estar aqui a tentar dar certo", rematou.
A alemã Yemisi Ogunleye dominou a qualificação, com 19,65 metros, com a sueca Sara Lennman a assegurar a 12.ª e última vaga na final, com 18,38.