Reunião da noite de ontem permitiu acerto de agulhas quanto ao regresso do treinador setubalense aos encarnados. Tal como aconteceu em 2018/19, quando recuperou sete pontos e carregou o Benfica até ao título, o técnico de 48 anos terá pela frente novo momento de crise, agora com mais tempo e menos atraso.
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Bruno Lage é mesmo o treinador escolhido por Rui Costa para colmatar o despedimento de Roger Schmidt e tentar tirar o Benfica do momento de crise de resultados, ainda inicial, em que se encontra e que resultou, em parte, no afastamento do técnico que conduziu o Benfica ao título de campeão em 2022/23. Segundo O JOGO apurou, à hora de fecho da edição, o acordo entre as duas partes estava alinhavado para uma duração de duas épocas, estando previsto que ocorra hoje a oficialização.
Depois de ter analisado vários nomes em conjunto com a restante estrutura da SAD, Rui Costa atacou mesmo a contratação de Bruno Lage que, como O JOGO tem noticiado, sempre foi o nome preferencial na lista de potenciais alvos. Trata-se de um profissional que conhece muito bem uma casa onde trabalhou, na formação, de 2004 a 2011, acumulando mais cerca de época e meia no comando da equipa principal, quando sucedeu a Rui Vitória em janeiro de 2019, até apresentar a demissão em junho de 2020.
Nesse sentido, e depois dos primeiros contactos exploratórios, o presidente passou ontem aos atos presenciais. Agendou reunião para ontem à noite com o técnico setubalense para, durante várias horas, discutir termos contratuais e, sobretudo, perspetivas em torno da recuperação da equipa. Este foi o ponto que mais tempo ocupou com o treinador que também é conhecido por apostar na formação, encaixando o plantel no seu perfil tático, mais dois argumentos que explicam a aposta de Rui Costa.
O treinador de 48 anos, que passou depois das águias pelo Wolverhampton e a seguir pelo Botafogo, deverá fazer-se acompanhar pela equipa técnica que liderava no Brasil. Luís Nascimento (o seu irmão), Alexandre Silva e Carlos Cachada são os adjuntos, Jhony Conceição e Diogo Camacho os analistas. Fernando Ferreira continua a treinar os guarda-redes.
Apedrejamento após a surpresa
Em janeiro de 2019, após o despedimento de Rui Vitória, Bruno Lage foi promovido da equipa B à principal. Com sete pontos de atraso para o rival FC Porto, em quarto lugar, conduziu o Benfica à conquista do título nacional (e da Supertaça). Em 19 jornadas, arrancou 18 vitórias e um empate. O título impossível foi festejado, mas na época seguinte perdeu um título... impossível. As águias chegaram a ter sete pontos de vantagem para o FC Porto, até à 19.ª jornada, mas os maus resultados, com o Covid-19 a entrar em cena, sucederam-se. O autocarro do clube foi apedrejado após um empate em Tondela e as casas de Pizzi, Rafa, Grimaldo e... Lage vandalizadas. Pediu para sair após a derrota com o Marítimo, no Funchal, e quando já Jorge Jesus aquecia os motores para entrar.