Bruno Lage: "Passado é passado. Da mesma maneira que não olhamos para o nosso..."

Como está a sentir as horas antes do jogo? “Com normalidade, sabemos da importância da competição e do prestígio que pode trazer para o Benfica, sabemos da importância de termos uma entrada forte amanhã numa competição curta e da importância de conquistas os três pontos. Vive-se o momento com naturalidade. Mais importante é sentimos a equipa pronta. O último momento em que estivemos com a equipa foi há três semanas, em dois ou três dias tentámos trabalhar o possível com a equipa, mas o mais importante é que toda a gente colocasse o foco no trabalho em equipa. Acho que o conseguimos, agora é tentar colocar em prática o nosso jogo amanhã. Vamos jogar contra uma equipa muito forte, aguerrida, com o facto de ainda não percebermos ao detalhe e ao pormenor como poderá jogar, porque tem um treinador novo e também perceber como a equipa vai suportar as condições climatéricas.”

Sem Tomás Araújo, já decidiu quem vai jogar à direita? “Sim, mas só amanhã [hoje, segunda-feira] é que vou dizer.”

Boca Juniors já não vence há quatro jogos e tem novo treinador: “Independentemente de vencer ou não, estamos a encarar esta competição como um campeonato do mundo, não de seleções, mas de clubes. Passado é passado e nós temos de encarar esta competição curta. Da mesma maneira que não olhamos para o nosso passado, também não olhamos para o passado das outras equipas. O que tentámos passar foi pequenas imagens de como é que é jogar contra uma equipa argentina, em particular o Boca Juniors, a forma de jogar, a forma aguerrida como disputa os jogos, depois dar a conhecer o valor individual e coletiva do Boca e o que faziam no passado e depois também dar aquilo que era o passado recente deste treinador. Acreditamos que vamos defrontar uma equipa forte, aguerrida, muito compacta, com um jogo coletivo forte, grandes individualidades e o sistema que o treinador mais utiliza, que é o 4-4-2.” 

Benfica com pleno na formação. Desses escalões podem vir os próximos reforços da equipa principal? “Independentemente de vencer ou não, claro que é um marco histórico e uma época fantástica que se fez mas este caminho começou em 2006 com a inauguração do Seixal. Desde esse momento, por várias fases, têm chegado vários jogadores à equipa principal. Esse tem de ser o caminho, essa é que é a matriz do Benfica. Levamos a formação muito a sério, eu também sou um exemplo disso, na minha equipa técnica também temos vários exemplos. Tão importante como vencer, porque claro que há essa preocupação em motivar os nossos jovens jogadores em vencer e ter conquistas, é também importante fazer o trajeto que eles fazem, desde os iniciados até à equipa principal. É uma época histórica, é um carimbo muito importante, vai ficar marcado, mas esse registo tem agora de ser confirmado com a chegada de jovens jogadores à equipa principal. O Benfica, ao longo dos anos, tem tido a capacidade de o fazer e penso que, quer esses jogadores, quer os que fizeram agora o Campeonato da Europa [de sub-17], poderão ter muitas condições para a médio prazo poderem integrar a equipa principal. Até porque nós dividimos esta semana de trabalho em dois momentos. Nos primeiros dias em que não tínhamos toda a gente, trouxemos vários jovens que pertenciam a outras equipas para poderem já trabalhar com a equipa principal e darem-se a conhecer num contexto diferente.”