"Bruno disse que íamos estar todos na Academia, pensei que Jesus ia ser despedido"
Manuel Fernandes está a ser ouvido no Tribunal de Monsanto na qualidade de testemunha.
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A reunião de Bruno de Carvalho com o staff do Sporting na véspera do ataque à Academia de Alcochete foi um dos pontos explorados pelo Ministério Público (MP) no interrogatório a Manuel Fernandes, esta terça-feira, no Tribunal de Monsanto.
O ex-jogador, que na altura da invasão integrava o departamento de scouting dos leões, recorda o pedido de fidelidade de Bruno de Carvalho, já revelado por Ricardo Gonçalves na segunda-feira e refere que o então presidente do Sporting disse para "estarem todos na Academia às 16h00" do dia 15 de maio de 2018.
"Estive na reunião a 14 de maio. Na segunda-feira o presidente reuniu-se primeiro com os treinadores, depois com os jogadores e uma terceira vez com a estrutura, onde eu estava. Ricardo Gonçalves estava presente nessa reunião. Durou 20 minutos. Bruno disse uma frase em que fiquei a pensar que Jesus ia ser despedido. Disse: 'amanhã vamos estar todos na Academia. Aconteça o que acontecer estão comigo?' Pensei que se referia a Jesus. Fui acusado de não defender o presidente na televisão e fui acusado disso à frente de todos. Bruno não falou da equipa técnica. Demonstrou descontentamento pelo [jogo com o] Marítimo. Já não me lembro de muita coisa", acrescentou Manuel Fernandes, reiterando pouco depois:
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"Nós pensávamos que a reunião era para dizer que o treinador se ia embora", explicou, com o MP a perguntar se o treino foi abordado na reunião com o staff: "Não. Só nos foi dito para estarmos na Academia às 16h", rematou Manuel Fernandes.