"Bruno de Carvalho utilizou tom bélico, as claques pressionavam para que tomasse posição"
André Geraldes, antigo team manager do Sporting, foi ouvido esta sexta-feira no julgamento do processo do ataque à Academia.
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André Geraldes recordou esta sexta-feira, no julgamento do processo do ataque à Academia de Alcochete, a reação que teve ao saber da invasão às instalações leoninas a 15 de maio de 2018, quando desempenhava as funções de team manager dos leões.
"Soube da invasão em Alvalade porque na noite anterior tinha recebido a notícia do Cashball. Estava com os meus advogados. Vi nas TVs o que o país viu e nem queria acreditar. Bruno de Carvalho também estava em Alvalade, no mesmo espaço, apesar de sair e entrar várias vezes. Ficámos por ali alguns minutos e a determinada altura Bruno diz-me para pararmos o que estávamos a fazer e irmos à Academia. Houve alguma discussão", recordou o agora CEO do Farense, através de videoconferência.
"Não tive noção da dimensão do que tinha sido. So depois de falar com William, por exemplo... Muitos jogadores viraram as costas ao Presidente. Mostraram uma indignação muito grande", prosseguiu Geraldes, que refere que Bruno de Carvalho afirmou a intenção de despedir Jorge Jesus:
"Estive na reunião dos jogadores. Havia claramente a intenção de despedir Jorge Jesus. Ele [Bruno de Carvalho] disse-me isso. Obviamente que me opus e não concordei", afiançou André Geraldes, antes de falar num discurso do ex-presidente em "tom bélico", numa outra reunião com os jogadores, a 7 de abril.
"Utilizou um tom bélico. As claques faziam pressão para que ele tomasse uma posição de força. Não digo bater em alguém. Mas para ter uma posição de insatisfação com a equipa e a estrutura. As claques diziam nos 'não jogam nada, têm de perceber o que é o Sporting, têm de ouvir-nos desde a bancada'", rematou André Geraldes.