William Carvalho testemunhou esta sexta-feira em tribunal e, além de recordar as palavras do ex-presidente do Sporting, admitiu ter reconhecido um dos arguidos durante o ataque à Academia.
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William Carvalho, que alinha nos espanhóis do Bétis, testemunhou esta sexta-feira em tribunal, em nova sessão do julgamento do processo do ataque à Academia do Sporting.
Através de videoconferência, uma vez que se encontra em Sevilha, o médio português afirmou que na reunião de Bruno de Carvalho com os jogadores, que se seguiu à derrota em Madrid, o ex-presidente leonino lhe disse que ele já deveria ter-se ido embora há muito tempo, ao que terá respondido: "Você devia ter vergonha de dizer isso".
William, um dos capitães do Sporting à data da invasão, disse ter sido um dos alvos dos "cerca de 40 adeptos" que entraram na academia, juntamente com os companheiros Rui Patrício, Acuña e Battaglia.
"Entraram, começaram aos gritos e ouvi-os a perguntarem 'onde estão o William, o Patrício, o Acuña e o Battaglia'. Três ou quatro indivíduos disseram que eu não merecia vestir aquela camisola e deram-me socos no peito e nas costas", afirmou.
O médio, que disse conhecer quatro dos arguidos no processo, admitiu ter reconhecido um deles, Valter Semedo, num corredor junto ao balneário, apesar de este estar com a cara tapada.
"Reconheci o Valter Semedo quando sai do balneário e ia a tentar fugir para a casa de banho. Foi aí que o vi", disse, acrescentando: "Perguntei ao Valter Semedo o que se passava e ele respondeu-me: 'William, depois falamos'".
William Carvalho, que disse ter "visto marcas vermelhas no rosto de Jorge Jesus e Bas Dost com a cabeça partida", admitiu ter ficado em pânico durante a invasão: "Tive muito medo, quando me agarraram estava numa situação de impotência, fiquei sem saber o que fazer, estava em pânico", afirmou o jogador, que representou o Sporting entre os 13 e os 26 anos.