Presidente do Sporting apela à intervenção dos governos para promover a transparência no futebol e considera que tanto a FIFA como a UEFA devem "conhecer os seus limites".
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Bruno de Carvalho considera que a ajuda governamental é um fator essencial na luta pela existência de transparência no futebol. Esta quinta-feira, no segundo dia do congresso "The Future of Football", que decorre no Pavilhão João Rocha, o presidente do Sporting colocou várias questões sobre a influência do dinheiro do mundo do desporto, a propósito do painel sobre o "lado negro" do futebol.
"Há entidades a esforçarem-se, mas como é que vão chegar aos clubes e dizer: muito bem, vocês estão todos errados, a fazer as coisas mal. Como é que vamos questionar os valores envolvidos nas transferências? É realmente o seu trabalho? Dizer que estamos a fazer tudo mal? Acho que precisam da ajuda governamental. Porque já chega", afirmou o dirigente máximo leonino, antes de dar um exemplo:
"Temos o problema com a Doyen, os contratos em si. Porque é que os clubes têm de ir ao TAS? Porque é que os clubes não pedem ajuda quando é preciso? Se não entendem como é que se tem de fazer um contrato com uma empresa... Temos de entender onde começa e onde acaba o jogo. Onde é que a FIFA e a UEFA têm de intervir e quando têm de admitir que há áreas que não podem intervir. Temos o Conselho de Disciplina, Conselho de Justiça... Existem tribunais, autoridades que têm capacidade que podem resolver determinadas questões. Temos de recorrer às entidades que percebem. Porque é que queremos abranger tanta coisa? Temos de nos concentrar no que podemos resolver. Se temos um problema com uma empresa, vamos ao tribunal adequado, à instância que pode resolver o problema. Não podemos abarcar questões que não nos competem. Não vamos encontrar soluções se o futebol não se abrir. Este tipo de questão... porque é que está sob alçada da UEFA e FIFA? Temos de dizer aos governos: o problema é vosso", rematou Bruno de Carvalho, reforçando o apelo à intervenção governamental.