Carlos Ponck assume que ficou desiludido consigo próprio e não com a estrutura do Benfica. "Não fiz bem o meu trabalho", diz sobre a experiência no clube, onde em 2016 fez apenas quatro jogos pela equipa B.
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Carlos Ponck, defesa-central de 24 anos que representa o Aves pela segunda época consecutiva, assume nesta entrevista o objetivo de "voltar a um clube grande". A passagem pelo Benfica e o alegado interesse do Sporting fizeram naturalmente parte de uma conversa descontraída.
Sente-se realizado ou muito realizado no Aves?
-Sinto-me realizado, não muito realizado porque ainda falta atingir muitas coisas. Estou, no entanto, feliz pela forma como sou acarinhado pela massa associativa e também pelo esforço que o Aves fez para me manter no plantel da época passada para esta. E, claro, pela alegria de termos conseguido a permanência e pela conquista inédita e histórica da Taça de Portugal.
Ganhar a Taça de Portugal foi o auge da sua carreira?
-Sim, ganhar a Taça foi a melhor coisa que me aconteceu. Esse título e o nascimento da minha filha têm um peso muito grande na minha vida.
O que é que o clube dá?
-Dá estabilidade e paga certinho. O ambiente é cinco estrelas, é top, mesmo; entra gente, sai gente e o balneário continua com um ambiente incrível.
O que se passou para não ficar no Benfica? Sentiu alguma mágoa por não ter continuado?
-Não, mágoa não. A minha saída do Farense para o Benfica foi ótima, ganhei experiência, abriu-se uma porta bem grande. Joguei na equipa B, mas não tive oportunidade de treinar na principal. Não fiz bem o meu trabalho, tive depois possibilidade de ser emprestado e, graças a Deus, consegui dar o melhor de mim.
Ficou desiludido?
-Desiludido comigo mesmo, com a estrutura não. Podia ter feito mais e melhor para impressionar os treinadores e dirigentes que estavam no clube naquela altura.
O que se passou para não fazer melhor? Imaturidade, juventude, por exemplo?
-Também. Era uma fase complicada, o Benfica tinha jogadores na minha posição que foram campeões da Europa de sub-19 e ficou difícil concorrer com eles.
Está em definitivo no Aves, mas ainda tem ligação ao Benfica....
-Em termos contratuais, o Benfica tem uma opção de 50 por cento numa futura venda superior a um milhão de euros. É o que sei.
E é também verdade que houve interesse do Sporting? Recebeu alguma proposta?
-Que eu saiba, não. A mim não me chegou nada.
Tem o objetivo de voltar a representar um grande ou de ter espaço num clube de grandes dimensões?
-Isso sim. Vai continuar a ser um objetivo até ao fim da minha carreira. Trabalho todos os dias para um dia chegar a um grande.
Sente que tem condições para atingir essa meta?
-Sinto que consigo chegar lá trabalhando com as pessoas certas e exigindo o máximo de mim. Acredito que tenho possibilidades de jogar num clube grande. Trabalhando bem, acho que vou chegar lá.
E está a trabalhar com as pessoas certas?
-De momento, sim. Aliás, desde que vim para o Aves trabalhei sempre com as pessoas indicadas e todas me ensinaram muito.
Tem mais três anos de contrato com o Aves. É para continuar na I Liga ou não fecha a porta a um clube de outras dimensões?
-Claro que não posso fechar a porta, mas estou bem aqui. Se no final da época aparecer uma coisa ou outra, e se for bom para mim e para o clube, as portas estarão sempre abertas a eventuais convites.