Florentino, De Tomás e Nuno Tavares estreiam-se nos encarnados; Marchesín, Uribe, Díaz e Zé Luís nos azuis e brancos.
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O Benfica mudou menos o onze de 2018/19 para 2019/20 e tem mais rotinas de jogo se for feita uma comparação direta com o FC Porto. Esse ponto a favor do anfitrião é, porém, contraposto pelos números dos embates entre águias e dragões. O JOGO analisou os onzes prováveis de Benfica e FC Porto e os azuis e brancos ganham no total de jogos e nos minutos. É que o onze provável de amanhã de Sérgio Conceição leva 47 clássicos e 3423 minutos, batendo as 43 partidas dos encarnados e os 3171" de tempo em campo. O FC Porto adianta-se de sobremaneira na defesa: Marcano e Alex Telles são os mais utilizados, com 630" distribuídos por sete jogos. O espanhol voltou este ano ao Dragão e já tem experiência nestes duelos e o canhoto, peça fundamental no onze e destaque até em termos ofensivos, ainda procura estrear-se em golos e assistências contra os encarnados. Com Pepe (516"), e somando ainda Corona na lateral são 2186 minutos e 28 jogos do quarteto, batendo de goleada a defensiva encarnada, na qual Rúben Dias, Ferro e Grimaldo atingem os 900 minutos ante o FC Porto - Nuno Tavares está em branco, pois será estreia.
Já o meio-campo encarnado equilibra e muito a tendência. Pizzi, indiscutível na direita, vai com 11 jogos e 716 minutos. Pelo Benfica, nunca marcou ao FC Porto, fez sim três pelo Paços de Ferreira. Rafa, no corredor contrário, é o mais goleador, tendo festejado nos dois últimos embates e leva cinco encontros e 363 minutos diante do rival. Florentino é um dos três estreantes nos encarnados, mas está ao lado de Samaris, grego que, com 739 minutos, é o mais utilizado, tendo 11 jogos como Pizzi. Ele que no passado chegou a ser opção para reforçar a intermediária, aproveitou também algumas lesões de Fejsa para ganhar protagonismo. Este ano, por exemplo, beneficia com a lesão de Gabriel. O meio-campo encarnado tem 1818 minutos, enquanto o FC Porto apresenta 756". Danilo é o único esteio e Otávio, apesar de ser sempre utilizado ante o Benfica, joga bem menos tempo. Luis Díaz e Uribe são dois dos estreantes, aos quais se juntam o guardião Marchesín e ao artilheiro Zé Luís. No Benfica, também o ataque tem uma novidade, isto porque Raúl de Tomás deve manter a parceria com Seferovic, suíço que marcou no ano passado o primeiro golo ao FC Porto e que tem 273 minutos, longe dos 481 de Marega, maliano que também inaugurou a conta contra o rival em 2019, com um tento na meia-final da Taça da Liga.
Titulares Com 3423 minutos e 47 jogos no total, onze do FC Porto bate em experiência, mas por pouco, a armada do Benfica, que soma 3171" em 43 jogos
Somados os plantéis de águias e dragões, os jogadores do Benfica levam 90 partidas e 6559 minutos, superando, aí sim, a experiência do FC Porto, que só chega aos 71 jogos e aos 5003". Todavia, as contas dos onzes também seriam bem diferentes se André Almeida e Jardel fossem titulares. Com o lateral, a águia ganharia 1046 minutos e 13 partidas; o central daria 15 jogos e 1266". Os 2312" de acumulado revirariam completamente a estatística, até porque nenhum dos jogadores fora do onze do FC Porto, se aproxima sequer dos registos do duo de capitães encarnados.
Estabilidade contra uma revolução azul
O último encontro entre Benfica e FC Porto decorreu há cinco meses e meio e valeu aos encarnados uma vitória no Dragão. E em relação a essa partida, prevê-se muito maior estabilidade no onze encarnado do que no portista, que vai sofrer muitas alterações. João Félix, que marcou nesse jogo, foi a única das pedras dessa equipa benfiquista a sair neste defeso. É substituído por Raúl de Tomás. As duas outras alterações acontecem por lesões: André Almeida deve continuar de fora, tentando recuperar os níveis competitivos depois deter terminado a época com uma fratura de stress na tíbia direita, lugar ocupado por Nuno Tavares. Gabriel já voltou ao campo, mas ainda não está apto. O canhoto que até foi expulso no Dragão dá lugar ao grego. Assim, apesar de ser um onze com menos minutos, apresenta maior consolidação de jogo.
Encarnados mexem três pedras face ao último embate, duas por lesão. Do outro lado, só quatro ficam
No caso do FC Porto há uma revolução: Felipe e Herrera rumaram ao Atlético de Madrid (o espanhol por 20 milhões de euros, o mexicano em fim de contrato), Óliver Torres foi vendido ao Sevilha por 12 milhões de euros. Brahimi saiu livre rumo ao Al-Rayyan, do Catar, enquanto Adrián López, autor do golo dos portistas no derradeiro clássico, mudou-se, após terminar contrato, para o Osasuna. A este quinteto, juntam-se Casillas, que está inscrito, mas a recuperar de um problema cardíaco, dando lugar ao estreante Marchesín, e Manafá, que ficou marcado nesse jogo pelo erro no lance do empate. Tem tido vida mais difícil e por isso Corona está apontado à lateral. Tal como o internacional mexicano, resistem Alex Telles, Pepe e Marega.
Duelos na formação ajudam a crescer
O futebol moderno tem voltado a apostar nos mais jovens e a desvalorizar a questão etária quando se fala em experiência. Ferro, em 2018/19, foi lançado na Taça de Portugal ante o Sporting, e depressa se afirmou, tendo já atuado ao primeiro nível ante o FC Porto, ganhando com um passado a viver a pressão de um dérbi ou clássico desde a formação.
Baró e Nuno Tavares são exemplos de como a academia dá experiência nos grandes desafios
Amanhã, Nuno Tavares será titular à direita no Benfica e Romário Baró discute uma vaga com Otávio. Os atletas, nascidos em janeiro de 2000, defrontaram-se já por cinco vezes antes de subirem à elite. Ambos ganharam uma partida nos juvenis, sendo que Tavares venceu dois nos juniores (houve empate nos bês). Entre as restantes opções, na Luz é Jota que se destaca na experiência na formação, com nove clássicos, registo semelhante no rival para Diogo Queirós e Bruno Costa.