Emprestados >> Cádiz junta-se a grupo que inclui Bruno Varela, Lema e Ferreyra, cujos clubes aos quais foram cedidos não vão pagar as opções de compra e deixam as águias sem faturar
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As últimas semanas têm deixado o Benfica com menos esperanças de rentabilizar alguns dos jogadores emprestados e que, aquando dos respetivos acordos de cedência, ficaram sob cláusulas de opção de compra. O caso mais recente de "desistência" em definitivo de jogadores das águias foi o Dijon, já que o clube francês assumiu não ter interesse em acionar a compra de Cádiz, cifrada em cerca de cinco milhões de euros.
É mais uma parcela de uma conta que, até ao momento, aproxima-se dos 20 milhões de euros (17,5 milhões), valor esse que os encarnados deixam de embolsar no curto prazo com as vendas
É mais uma parcela de uma conta que, até ao momento, aproxima-se dos 20 milhões de euros (17,5 milhões), valor esse que os encarnados deixam de embolsar no curto prazo com as vendas quer do avançado venezuelano quer de Bruno Varela, Lema e Ferreyra, já que os clubes onde estiveram esta época, respetivamente Ajax, Newell"s Old Boys e Espanhol, não vão exercer as opções de compra.
Na contabilidade dos jogadores que já sabem ter como certo, pelo menos até que surja nova solução, e que leva assim a menos uma fonte de receita em período de crise, Bruno Varela podia ter rendido mais cinco milhões de euros dado que a opção acertada com o Ajax era de seis milhões, tendo sido pago um milhão inicial pelo empréstimo, que seria abatido na hora de fechar o guarda-redes em definitivo. Tapado por Onana, fez apenas cinco jogos em época e meia.
Com mais espaço do que teve o guardião em Amesterdão, Cádiz, que custou 2,75 milhões ao Benfica, disputou pelo Dijon 21 partidas (1152 minutos) e marcou quatro golos, um deles a valer o triunfo na liga frente ao campeão PSG (2-1). Apesar disso, o emblema francês já tornou público que não avançará com os cinco milhões de euros que lhe poderiam garantir a contratação definitiva do atleta.
Excluindo valores já pagos como taxas de empréstimos, o Benfica poderia receber mais cinco milhões por cada cedência de Varela, Cádiz e Ferreyra. Já Lema, poderia dar cerca de mais 2,5 M€
Já em relação a Lema, são cerca de 2,5 M€ a não entrarem nos cofres encarnados vindos do Newell" Old Boys. O clube argentino queria o central nos seus quadros mas não tem condições financeiras para cobrir a cláusula. Em alternativa, tem equacionado um novo empréstimo, cenário que o Benfica afasta.
O caso mais preocupante é Ferreyra - chegou à Luz após um investimento de 4,1 milhões, mesmo após terminar o vínculo com o Shakhtar Donetsk -, ele que é quem mais inflaciona o encaixe perdido para já. O Espanhol não pretende manter o avançado e o seu regresso leva a que o Benfica não receba cerca de cinco milhões de euros: a opção é de oito mas perto de três já foram pagos na cedência. Com Ferreyra, recorde-se, o Benfica voltará também a ter um encargo salarial líquido de 2,2 milhões de euros/época.
Pedro Pereira e Krovinovic podem dar bom encaixe
Entre os muitos emprestados do Benfica, há dois que podem contribuir para encaixes interessantes embora sejam casos diferentes. O defesa-direito Pedro Pereira tem convencido no Bristol City e o clube do Championship estudava a possibilidade de avançar com o pagamento da opção de compra, avaliada em seis milhões de euros.
Outro encaixe para as águias pode vir de Krovinovic. O médio croata tem agradado no West Bromwich Albion e o clube estará disposto a avançar com uma oferta que pode rondar os dez milhões de euros caso se confirme a subida à Premier League. Sem opção de compra neste caso, tudo terá de passar por um entendimento entre os clubes até final da presente época.
Gedson e Caio para o jackpot
Numa visão a mais longo prazo, há dois atletas que ainda poderão valer ao Benfica encaixes bastante significativos, sendo o mais importante deles Gedson Fernandes. O médio formado nas escolas dos encarnados está, desde janeiro, emprestado ao Tottenham, de José Mourinho, e, para já, rendeu cerca de 4,5 milhões de euros só pela cedência aos londrinos. No entanto, o jovem médio até pode ficar em definitivo nos spurs se estes exercerem a opção de compra, estabelecida nos 50 milhões, até final da próxima temporada.
O Tottenham pode pagar 50 M€ pelo português e o Al-Sharjah 10 M€ pelo brasileiro. Empréstimos só terminam daqui a um ano
Outro dos jogadores que mais poderão render aos cofres encarnados, dentro de um ano, é Caio Lucas. Reforço para a presente época, o extremo acabou emprestado na janela de mercado de janeiro ao Al-Sharjah, dos Emirados Árabes Unidos. A opção de compra são dez milhões de euros.
Conti vai esperar até dezembro
Um caso distinto entre os muitos emprestados do Benfica é Conti (na foto). O defesa-central está cedido ao Atlas, do México, numa ligação que apenas terminará no final do ano. Em dezembro do ano passado, por não ter espaço entre as opções de Bruno Lage, o argentino foi emprestado, num negócio que valeu meio milhão de euros no imediato e um possível total de cinco milhões de euros caso o Atlas decida cobrir a opção de compra do jogador. Ao serviço do Benfica, Germán Conti apenas alinhou em dez partidas oficiais em 2018/19, após chegar do Colón.