Operações contemplam anexos nos vínculos que podem ser ilegais. Nortenhos querem "limpeza".
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Foram vários os jogadores que transitaram entre o Benfica e o Aves nas últimas épocas (Luquinhas, Derley, Fariña, André Ferreira, Hamdou Elhouni, Mato Milos, Carlos Ponck, Zidane Banjaqui, Ricardo Mangas, Arango, Salvador Agra e Hélder Baldé) e que, de acordo com o jornal "Público" contornaram a lei e lesaram o clube nortenho.
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Dos jogadores já transferidos pouco haverá a fazer, no entanto, a atual administração da SAD procura encontrar forma de anular a cláusula de recompra que existe nas adendas aos contratos dos jogadores, atualmente na posse da Polícia Judiciária (arrestadas aquando das buscas do processo Mala Ciao), sendo que o clube terá consigo apenas as minutas.
No plantel do Aves há dois jogadores com adendas contratuais que concedem ao Benfica a possibilidade de reaver os jogadores. Os encarnados já comunicaram que querem recuperar Mangas
Já nesta paragem de campeonato imposta pela pandemia, em abril, o Benfica informou o Aves que iria acionar a cláusula de recompra do lateral-esquerdo Ricardo Mangas. Acontece que também a pandemia impediu que a recompra fosse assinada, embora os dois emblemas dessem o facto como consumado.
Agora, com a investigação tornada pública e a possibilidade de os contratos serem considerados ilegais, os responsáveis pela Galaxy Believers (detentora de 90% da sociedade desportiva avense) procuram reverter a situação. "Estamos a tentar, em conjunto com os advogados, perceber se conseguimos invalidar a cláusula, até porque temos a possibilidade de transferir o Mangas por um valor superior ao contratualizado com o Benfica [100 mil euros]", revelou Estrela Costa, acionista da Galaxy Belivers e ex-diretora da SAD, a O JOGO.
"Estamos a tentar perceber se conseguimos invalidar a cláusula"
A Galaxy entrou no capital da SAD do Aves em 2015, cuja presidência foi entregue a Luiz Andrade. Wei Zhao, atual presidente, assumiu a liderança em 2018, depois da saída de Luiz Andrade, numa altura em que teve de lidar com buscas da PJ e com o processo Mala Ciao. "A SAD do CD Aves tinha já pedido uma auditoria externa ao exercício de administrações anteriores (...). A atual administração sublinha ainda que a sua gestão ao longo da presente temporada foi muito penalizada por força da herança recebida das gestões anteriores", vincou a SAD, em comunicado.
Sabe O JOGO, os administradores reuniram com juristas no sentido de perceber se haverá possibilidade de reverter a recompra. Na mesma situação de Ricardo Mangas está Zidane Banjaqui, há duas épocas ao serviço do Aves, mas a cláusula de recompra não foi acionada pelos encarnados.