APDA insurge-se contra medidas anti-violência da Liga Portugal: "Basta de discriminação"
Entidade dedicada à proteção do adepto entende que o plano do organismo liderado por Proença "não é o caminho" a seguir
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A Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA) insurgiu-se, este domingo, contra a estratégia de prevenção de segurança em estádios, delineada pela Liga Portugal, por considerar que a mesma discrimina e estigmatiza a globalidade dos adeptos.
"Basta de generalização, de estigmatização e de discriminação. Iremos, mais uma vez, intervir, para que, de hoje para amanhã, não passemos de 9 pontos inócuos para mais uma lei que continue a estigmatizar todos em prol do comportamento de alguns. Já fizemos perceber que este panorama repressivo tem de mudar, e podem contar com a APDA para batalhar nessa mudança", lê-se em comunicado no Facebook.
As medidas, anunciadas no passado dia 23 de março, cuja criação suscitou uma reunião da Liga Portugal com a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto, tendo em vista a sua implementação, compõe-se por vários pontos.
A Liga idealiza, entre outras, a criação de uma plataforma centralizada de controlo de acessos em tempo real; o controlo de venda de ingressos nominativos de acesso ao estádio; dever de apresentação do adepto junto de autoridade, em caso de interdição, aquando dos jogos caseiros da equipa em cujo jogo praticou ilícito; criação de interdição de setores dos recintos; supervisão efetiva de revista no acesso a estádios e a intervenção efetiva policial em caso de desordem nas bancadas.
"Para a Liga Portugal, que defende e luta pelo futebol espetáculo, direcionado para famílias, há medidas que devem, obrigatoriamente, ser implementadas, para que os culpados de atos mais violentos possam ser responsabilizados", justificou, em comunicado, o organismo que tutela o futebol profissional em Portugal.
A Liga Portugal, referiu ainda, pretende, com esta estratégia de "combate", "banir em definitivo alguns incidentes que se têm verificado em estádios de futebol" no país.
Em oposição à tomada de posição da entidade presidida por Pedro Proença, que originou a colocação anónima de uma tarja contestatária na sede da mesma, a APDA entende que a implementação das medidas supracitadas "não é o caminho e já o provámos" com o protesto ao cartão do adepto, documento abolido esta época.