Diogo Godinho, presidente da SAD, avisa que uma eventual anulação do Campeonato de Portugal pode pôr em causa o futuro dos clubes
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A pandemia do coronavírus colocou o desporto, no geral, em torno de uma enorme indefinição, à qual não escapa a maior prova do futebol nacional, leia-se o Campeonato de Portugal (CdP). O Vizela, líder da Série A, com 12 pontos de vantagem para o terceiro classificado (apuram-se para o play-off de subida os dois primeiros dos quatro agrupamentos), rejeita por completo uma eventual anulação da prova e pede que sejam encontradas soluções para terminar a mesma.
"Queremos concluir esta época, seja retomando-a no ponto onde estávamos ou encontrando um modelo mais curto que não prejudique as equipas. A FPF esteve muitíssimo bem ao suspender a competição muito antes de ser decretado o estado de emergência nacional, mas temos de encontrar um modelo que permita as subidas de divisão do CdP, mas também os que sobem do Distrital", defende Diogo Godinho, líder da SAD vizelense.
Caso isso não aconteça, o dirigente põe em causa o futuro do CdP e dos clubes. "Anular a temporada é colocar o futuro do futebol português em risco, em especial o futebol sob a égide da FPF. O Vizela, por exemplo, é um projeto sério e cumpridor, totalmente profissional, desde atletas a treinadores, staff e dirigentes, e que tem os ordenados em dia. O CdP movimenta para cima de duas mil pessoas, ou seja estamos a falar de duas mil famílias que ficam em risco. A anulação pode deixar os jogadores estrangeiros ao abandono e alguns clubes garantem estar dispostos a entregar as chaves nesse mesmo momento", atirou.
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Diogo Godinho reconhece que o papel do órgão federativo "não é fácil", até porque a data do pico da pandemia é "incerta". Se a covid-19 não permitir o regresso do futebol, Diogo Godinho considera o momento "ideal" para reformular os quadros competitivos. "O que mais queremos é jogar. Caso isso não seja possível, que subam os quatro primeiros ou os oito clubes nas duas primeiras posições da prova. Ouço há muito falar numa reformulação da II Liga, então que se aproveite e se faça agora, se tal for necessário", observou, aludindo a um segundo escalão com duas séries onde atualmente há, segundo o dirigente, clubes nos profissionais que "não cumprem com o que prometem".