Entrevista de Artur Jorge, treinador do Braga, à Sport TV.
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Em relação aos reforços para esta época, o que podem acrescentar?
"José Fonte: liderança e maturidade. Falei com o José Fonte antes de ele assinar pelo Braga, precisamente para o desafiar naquilo que é a sua capacidade de nos ajudar dentro das maiores valências que tem. Foi sempre com esse espírito que nós conversámos, no sentido desse mesmo compromisso, que ele nos vai trazer seguramente; O Adrián Marín tem aqui uma oportunidade enorme de poder jogar para outros objetivos. É, acima de tudo, o desafio de ele poder estar à altura que se quer desafiar; O Vítor Carvalho será, seguramente, muito utilitário para nós. Por aquilo que tem demonstrado, pela intensidade que tem colocado em cada um dos treinos. É um jogador que está com muita vontade de se afirmar no Braga; O Rodrigo Zalazar seduziu-me bastante e vai seduzir, seguramente, todos os espectadores do campeonato, da nossa liga. É um jogador com uma qualidade acima da média, que, neste momento, ainda está à procura da melhor condição física. Vai-nos trazer, em mais do que uma posição, qualidades que nós precisamos para a equipa. É um jogador que pode, facilmente, fazer qualquer uma das três posições do meio, ainda que possa também, porque o fez e gosta, procurar zonas de corredores laterais".
O ponto de partida do Braga desta época vai ser o 4-4-2 ou uma coisa diferente? "Nesta altura, estamos preparados para jogar num 4-2-3-1, como terminámos a última temporada, ou também de forma mais agressiva ofensivamente, como fizemos no arranque de época, no 4-4-2. Vai sempre depender do desempenho dos jogadores. Os jogadores têm de me dar resposta de que um determinado esquema tático pode funcionar. O processo evolutivo passa também por dotar a equipa de formas e dinâmicas diferentes das que trabalhámos no ano passado".
Relação com o presidente António Salvador: há muita faísca? "Não, não há faísca nenhuma. Percebo e sei que é um presidente extremamente exigente, eu diria que nunca está satisfeito, porque procura e quer sempre mais. Não há faísca nenhuma porque, acima de tudo, tem de haver um grande respeito. Da mesma forma que eu respeito e exijo que haja respeito. Há chamadas de atenção, há discussões e há conversas em que não podemos concordar em alguns aspetos. Estamos todos a trabalhar para o mesmo e em função do mesmo. Teremos de ter um alinhamento permanente e constante naquilo que queremos para o crescimento do Braga. É uma relação que tem dado resultado, sabendo nós que cada um tem o seu espaço e que há uma questão hierárquica que faz a diferença".
O que é que o agarrou ao Braga para não sair para os Emirados Árabes Unidos? "Tive uma abordagem para sair para os Emirados em janeiro, mas não fazia sentido para mim estar a abandonar um projeto que eu tinha começado e que tinha ambicionado poder, um dia, aqui chegar. Não podia quebrar esse projeto de forma abrupta. Ainda que tenha contrato com o Braga, tive abordagens para poder sair este ano do clube, do mercado europeu e árabe. Mas há duas questões que me prendem: uma é a paixão pelo clube; a outra, porque sei que nem sempre vou viver de paixão, é querer muito poder estar na fase de grupos da Liga dos Campeões com o Braga. Deu-me um trabalho enorme para aqui chegar, não me apetecia deixar isto para mais ninguém. Sinto que sou amado dentro do clube".
Renovação pelo Braga: "Isso será sempre uma questão que partirá do presidente".
O duelo diante do Farense, onde joga o filho Artur Jorge: "Será um dia especial para os dois porque sei do carinho que o Artur tem pelo Braga e pela relação pai e filho. É um profissional de excelência, que procura jogar sempre ganhar. Espero que ele possa ajudar o Farense a fazer uma boa temporada, que possa ser uma mais-valia e que ele e o clube possam atingir os objetivos".