Treinador do Rio Ave em entrevista ao The Guardian.
Corpo do artigo
Carlos Carvalhal, em entrevista ao The Guardian, abordou o facto de o atual contexto de pandemia levar as pessoas a olharem para as coisas mais pequenas, bem como o desafio que é reinventar os treinos.
"Antes disto, mal sabia que tinha flores no meu jardim. Quando acabar, acredito que vou estar sempre a olhar para as minhas flores. Estou a falar de forma simbólica. Podemos olhar para as coisas pequenas e não apenas para as grandes", começou por dizer o treinador do Rio Ave, que inicialmente não vivia com a família. Agora, admite viverem "juntos, mas separadamente", isto é, com algumas restrições. Carvalhal falou depois das novas formas de orientar os jogadores.
"Não posso dizer que não gosto do desafio. Estamos sempre a usar os nossos cérebros. Mas temos de ser muito criativos, a tentar simular o jogo. Como podemos fazer com que os jogadores, um aqui, outro acolá, outro a 20 metros, pensem que estão a jogar um jogo de futebol? E como é que podem fazer trabalho tático e de organização? É um teste interessante", explicou, abordando depois o sucesso da resposta de Portugal ao novo coronavírus.
12178369
"Uma das razões pelas quais nós não temos muito caos no nosso sistema de saúde é porque as pessoas têm respeitado as regras", afirmou. Quanto ao regresso do futebol, o técnico tem noção dos riscos, mas que é um "mal necessário".
"Sabemos que vamos correr alguns riscos, mas precisamos de salvar o futebol em Portugal. Se não jogarmos, vai ser o caos em todos os clubes. Ninguém nos pressionou, mas nós compreendemos a situação. Ao mesmo tempo, o estado de emergência terminou. A minha esperança é que se nós fizermos o nosso trabalho respeitando as regras, talvez possamos dar um exemplo à sociedade", concluiu.
12181083