Hugo Martins trabalhou com o guarda-redes no União e não tem dúvidas de que se trata de um jogador de topo na baliza.
Corpo do artigo
Nathan e Maurides foram os autores dos golos do Belenenses na saborosa vitória ante o FC Porto. Contudo, o segredo deste triunfo, que permitiu quebrar um jejum 16 anos sem vencer os dragões, começou na baliza e na elasticidade de André Moreira. O guarda-redes de 22 anos não se intimidou perante os executantes adversários e defendeu tudo o que havia para defender, com destaque para a forma como parou os remates de Ricardo (57"), Felipe (62") e Gonçalo Paciência (63").
Esta exibição não é surpresa para Hugo Martins, ele que era adjunto de Norton de Matos quando André Moreira defendeu as redes do União. "Nessa altura, começou a trabalhar nos limites e teve um crescimento fantástico. Salvou a equipa com o Sporting e Benfica", recorda, em conversa com O JOGO.
O atual treinador do Delhi United (Índia) não tem dúvidas de que "André é o melhor guarda-redes da sua geração". "É muito forte entre os postes e a sua altura ajuda a cortar os ângulos da baliza. E tem uma personalidade pouco normal para a idade, comunicando bem com a defesa. Às vezes, os guarda-redes jovens são mais inibidos nesse aspeto. Dentro de alguns anos, terá capacidade para ser o número 1 da Seleção Nacional", analisa Hugo Martins que, porém, reconhece que o guardião do Belenenses ainda precisa de melhorar alguns aspetos: "Um jogador nunca é um produto acabado. Talvez tenha de melhorar a leitura do jogo, defender melhor as costas da sua defensiva. Outra lacuna é o jogo de pés, se bem que, apesar de reconhecer que seja importante, o essencial é que seja bom entre os postes. Daquilo que conheço do André, vai trabalhar muito para manter este nível."